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Teixeira dos Santos prepara dossier para sucessor

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Ministro das Finanças sai de «consciência tranquila» e deseja «grande sucesso» ao próximo Governo

O ministro das Finanças adiantou esta terça-feira que está a ser preparado um dossier para entregar ao seu sucessor, com as principais medidas a adoptar no âmbito do acordo alcançado com a troika, em troca da ajuda externa.

«Estamos a elaborar um conjunto de fichas com todas as medidas que vão ter de ser adoptadas até ao fim do ano», disse Teixeira dos Santos, à entrada para uma das conferências da reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento, que se realiza em Lisboa até sexta-feira.

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« O Ministério das Finanças vai publicar ainda hoje uma lista do conjunto de medidas mais urgentes - as que têm de ser concretizadas até ao final do ano e que resultam do memorando de entendimento».

O trabalho está a ser realizado entre o Ministério das Finanças e os outros ministérios do Governo cessante.

Assim, «para cada uma das medidas mais imediatas - as dos próximos meses -, vai ser feita uma ficha» onde se «descreve a medida e indica qual é o método e procedimento para a sua implementação, quais são as iniciativas preparatórias que é necessário implementar, quais são as entidades implicadas e outras medidas relevantes associadas a esta, ou seja, medidas das quais esta possa depender ou possa afectar».

Entretanto, embora já de saída, o Governo continua a estudar a redução da taxa social única (TSU), para depois o novo Governo poder tomar decisões políticas.

«Se quisesse ficar bem na foto já não estaria aqui»

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Prestes a largar a pasta mais complicada dos últimos anos, Teixeira dos Santos disse que se quisesse «ficar bem na fotografia» já não estaria em funções hoje, mas ressalvou que «nem sempre na vida o mais importante é uma fotografia».

E assegurou: « Fiz tudo o que estava ao meu alcance. Sugeri e propus aquilo que deveria ter proposto, atentas as condições que o país tinha pela frente. Acho que tenho condições para sair do exercício deste cargo com consciência tranquila de quem pôs sempre o interesse do país acima do interesse pessoal».

Assim, «o mais importante foi servir o país, ocupar o cargo com sentido de responsabilidade, enfrentando condições de grande dificuldade, grandes desafios, grande exigência, com o desgaste pessoal» a que isso obrigou.

«Fi-lo com gosto e sentido de servir o país o melhor possível». A negociação com a troika traduziu-se «num bom programa para que o país possa resolver os seus problemas».

Sobre a possibilidade de voltar a desempenhar cargos políticos, disse que vai voltar à actividade académica e que o mais importante neste momento não é o seu futuro, mas sim o presente do país.

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Teixeira elogia compromisso do PSD

Na reacção à vitória laranja, Teixeira dos Santos sublinhou ter sido «importante que o líder do PSD tenha reafirmado de forma muito clara o seu empenhamento em prosseguir com a implementação das medidas que nos acordamos com União Europeia e com o FMI».

O ministro deixou um alerta: «Os prazos são de facto exigentes, requerem grande trabalho. Basta olharmos para o que se passa na Grécia para percebermos que Portugal não pode falhar e acho que o [novo] Governo tem pela frente um grande desafio, um trabalho exigente. Só posso desejar, obviamente, grande sucesso».

Sobre a necessidade de medidas adicionais, Teixeira dos Santos foi evasivo: «Os compromissos que eu assumi e subscrevi, pelos quais devo dar a cara e pelos quais me sinto responsável, são aqueles que constam do compromisso com a União Europeia e com o FMI. São esses que temos de assumir, mas temos de reconhecer que o novo Governo tem um grande desafio pela frente».

Sobre o seu sucessor, Teixeira dos Santos disse apenas: «Acredito que o futuro ministro das Finanças será uma pessoa capaz de assumir estas responsabilidades e, portanto, não precisará de qualquer conselho meu para ter sucesso nas suas funções».

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