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Tudo sobre a OPA à Cimpor

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Camargo Corrêa quer ficar com totalidade do capital da cimenteira portuguesa. Conheça todo o processo

A brasileira Camargo Corrêa lançou na sexta-feira à noite uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital da Cimpor. O objetivo é criar uma estrutura acionista «coerente e estável» na cimenteira e apostar na internacionalização da empresa portuguesa.

Não é a primeira vez que a Camargo Corrêa demonstra interesse na Cimpor. Há cerca de dois anos, a empresa que é atualmente a maior acionista da Cimpor, com 32,9% - apresentou uma proposta de fusão com a cimenteira portuguesa, que, na altura, foi retirada.

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Agora, esta oferta +e lançada pela InterCement, do grupo Camargo Corrêa, e abrange a totalidade do capital da Cimpor.

A InterCement oferece 5,50 euros por ação, um valor que contempla um prémio de 10% sobre a cotação de fecho da Cimpor na sessão de sexta-feira na Euronext Lisboa (5 euros), e propõe integrar na cimenteira portuguesa os ativos e operações de cimento e betão que detém na América do Sul e em Angola.

Esta aquisição depende da aprovação de entidades com competência em matéria de concorrência de sete países: Portugal, Espanha, Turquia, África do Sul, Brasil, Egito e Tunísia.

A entidade reguladora da concorrência do Brasil, a Cade, confirmou ter tomado conhecimento da OPA, mas informou que só se pronunciará sobre a operação depois de conhecer os detalhes da mesma.

O setor dos cimentos no Brasil, em forte expansão, tem sido alvo de suspeitas de formação de cartel.

No ano passado, seis empresas, entre elas a Cimpor, a Votorantim, a Camargo Corrêa e a suíça Holcim, foram acusadas pela Secretaria de Direito Económico (SDE) do Ministério da Justiça do Brasil de alegadamente terem concertado os preços praticados no mercado, além de dividirem os clientes de acordo com as suas áreas de atuação e interesse.

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O OPA lançada pela InterCement é a segunda sobre a Cimpor em pouco mais de dois anos e surge depois de vários rumores sobre o interesse na cimenteira portuguesa.

A 18 de dezembro de 2009, a brasileira Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) lançou uma OPA sobre a totalidade do capital da Cimpor, que fracassou, mas alterou a estrutura acionista da empresa portuguesa, até então marcada por «guerras» de poder.

A cimenteira portuguesa passou a ser controlada por dois grupos brasileiros: Camargo Corrêa (32,9% do capital) e Votorantim (21,1%).

Este segundo grupo brasileiro já comunicou que vai «avaliar todas as alternativas» da proposta da Camargo e Corrêa.

São também acionistas da Cimpor o empresário Manuel Fino (10,7%), a Caixa Geral de Depósitos (9,58%) e o Fundo de Pensões do BCP (10%).

A Caixa Geral de Depósitos já anunciou entretanto que vai vender a participação de 9,58% que detém na cimenteira, no âmbito da OPA.

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A Cimpor desenvolve a sua atividade industrial em 12 países - Portugal, Espanha, Cabo Verde, Brasil, Marrocos, Egito, Tunísia, Turquia, África do Sul, Moçambique, Índia e China -, onde detém 26 fábricas e 16 moagens de cimento, com uma capacidade de produção total de 36 milhões de toneladas de cimento/ano, e emprega cerca de 8.300 colaboradores.

No Brasil, de onde é originária a Camargo Corrêa, a cimenteira portuguesa tem seis fábricas que são responsáveis por cerca de um sexto da produção do grupo (6,6 milhões de toneladas/ano).

A InterCement, por seu turno, tem 16 fábricas - sete no Brasil e nove na Argentina - e emprega cerca de 5.000 trabalhadores.

Está a construir uma nova fábrica no Brasil, com início de operação previsto para setembro deste ano, outra no Paraguai, com arranque previsto para o início de 2013, e tem em curso um projeto para uma unidade fabril em Angola.

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