O presidente do Millennium BCP, Nuno Amado, questionou esta segunda-feira as razões que levaram à venda apressada do Banif, considerando que as mesmas têm que ser apuradas, tendo elogiado o negócio feito pelo Santander Totta.
“O tema é que com o tempo que houve se chegou onde chegou. Não deixa de ser um custo significativo [para o Fundo de Resolução e para os contribuintes]. Porque nestas condições? Porquê à pressa”, questionou.
Nuno Amado ilustrou com o exemplo de “quem tem uma casa para vender à pressa” e acaba por vender sempre a um preço inferior do que se tiver tempo para concluir a operação.
PUB
“Porque não correu melhor? Porque não teve um custo bem diferente? Aí tenho alguma surpresa. Está a ser analisado e tem que haver resposta para isso”, reforçou.
“Sentimo-nos infelizes por não podermos concorrer. Foi uma pena, mas não podíamos”, afirmou, esclarecendo que o BCP nem sequer foi convidado pelo Banco de Portugal para estudar essa possibilidade.
Nuno Amado apontou ainda para os elevados custos relacionados com a resolução do Banif.
“É muito dinheiro em qualquer lado do mundo e em Portugal ainda mais”, considerou.
Já sobre a venda do Banif ao Santander Totta feita no âmbito da medida de resolução, o gestor admitiu que considera que o banco de capital espanhol fez um bom negócio.
“A consolidação [da banca em Portugal] faz sentido? Faz sentido. O Santander fez uma boa operação e vai num sentido certo de alguma consolidação”, assinalou.
PUB