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«Portugal está a brincar com o fogo»

OCDE avisa que esta não é a melhor altura para jogos políticos

O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) deixou este sábado um sério aviso a Portugal: é preciso uma «convergência» dos partidos em torno do orçamento porque «jogar à política agora é brincar com o fogo».

Angel Gurría sublinhou que «este é um momento delicado, de fragilidade da confiança, e há que fazer tudo o necessário para consolidar e fortalecer a confiança» no país, disse em entrevista à Lusa poucos dias após ser reeleito para um segundo mandato à frente da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos.

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Não há crise política em Portugal

«Não há crise política em Portugal. O que há é um ambiente pré-orçamento que é muito normal em todos os países. Conheço bem e posso identificar claramente as características deste período», frisou o secretário-geral da OCDE que já foi ministro das Finanças do México em 1999-2000.

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José Ángel Gurría alerta que «jogar à política como business as usual, como se (Portugal) estivesse num tempo normal, é brincar com o fogo. É expor o país, a sua economia e os portugueses a um perigo, a uma vulnerabilidade».

Essa vulnerabilidade, acrescenta Gurría, «evita-se, ou que pelo menos reduz-se, na medida em que Portugal dê uma mostra de unidade de propósito, ainda que dentro da diversidade política mas com uma convergência última na intenção de consolidar o crescimento, a criação de empregos e o nível de bem estar».

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O secretário-geral da OCDE apresentou em Lisboa, a 27 de Setembro, na presença do primeiro-ministro José Sócrates, o último estudo económico da organização sobre Portugal, documento que por diversas vezes salientou a necessidade de «consenso».

José Ángel Gurría explicou à Lusa que «o consenso vai mais além do que o orçamento do próximo ano. Mas começa também no próximo ano. Começa hoje», enfatizou Ángel Gurría.

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«Uma das coisa que se vê, para o mercado, para os agentes económicas, os investidores, para os bancos, para os próprios portugueses, é qual é a capacidade de Portugal de consensualizar medidas e fazer que elas sejam aprovadas e cumpridas», explicou.

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Por outro lado, interessa avaliar «também qual é o custo em termos de tensão superficial que gera a adopção destas medidas (de austeridade). Claramente, se houver mais consenso, ou pelo menos uma convicção inteligente, pois pode não haver entusiasmo, mas se os agentes económicos, o sector privado, os bancos, os sindicatos, actuarem em consequência, o custo das medidas é mais baixo».

Ángel Gurría refere-se «ao custo político e económico» e referiu que quando há consenso «a eficiência que se consegue com as medidas é, no todo, melhor porque não há resistência de certos grupos que o que fazem é demorar o efeito ou o benefício dessas medidas».

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