O primeiro-ministro assegurou, no Parlamento, que, aconteça o que acontecer na reunião do Eurogrupo desta sexta-feira, o Governo português «manterá a posição que tem defendido» sobre a Grécia. Para Pedro Passos Coelho, a proposta do governo grego para, para já, «inaceitável».
«O governo grego pediu a extensão dos empréstimos, quer a faculdade de poder usar o dinheiro, mas não quer corresponder-se com o quadro de obrigações em que esse dinheiro deve ser atribuído. E isso não é aceitável».
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«Ainda não tenho conhecimento do que o governo grego pretende renegociar, mas, do que tem sido tornado público, parece que está interessado em que lhe deem condições de não perder o dinheiro ou financiamento, mas não quer vincular-se a nenhum quadro de responsabilidades».
«A posição de Portugal é a mesma de todos os países no Eurogrupo. É importante ir ao encontro das pretensões do governo grego, que trazem a necessidade de construir um novo quadro de ajuda externa à Grécia, e isso tem de ser feito e discutido no âmbito do programa que está em curso», justificou o primeiro-ministro, sublinhando que «não há divergência» entre a posição do Governo português e os restantes países da zona euro, sendo antes «uma questão de regras».
«Devemos esperar que aqueles que querem renegociar o programa o possam fazer dentro do quadro de responsabilidades que contraíram (…) O que dizem é venha daí o dinheiro e daqui a 4 ou 6 meses vamos discutir as condições em que podemos ou não solver essas responsabilidades. Isso não tem sido considerado aceitável por todos os países dentro do Eurogrupo e eu não considero aceitável».
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A porta-voz de Angela Merkel disse esta sexta-feira que a proposta de extensão apresentada pelo governo grego é um «bom sinal», mas não ainda o suficiente.
Durante o debate quinzenal desta sexta-feira, o primeiro-ministro garantiu que a dignidade dos portugueses «nunca esteve em causa» durante o programa de ajustamento, ao contrário do que disse o presidente da Comissão Europeia.
Passos Coelho ouviu ainda o PS afirmar que a ministra das Finanças foi «instrumentalizada» pela Alemanha e até parece uma «porta-voz» do homólogo alemão.
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