O vencedor do prémio Nobel da Economia em 2008, Paul Krugman, disse na segunda-feira numa conferência em Lisboa que aumentar o salário mínimo em Portugal nesta altura pode ser “problemático”.
Krugman, que participou numa conferência em Lisboa em homenagem ao antigo ministro das Finanças, Silva Lopes, disse mesmo que, apesar de ser um “grande defensor” do aumento do salário mínimo, é preciso “muito cuidado” ao avançar com este tipo de medidas, que poderão pôr em causa a competitividade da economia.
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Apesar de tudo, Krugman considera que a integração de Portugal na Europa é “um caso de sucesso”.
“Lembro-me como era: isto não era um sítio onde as pessoas tinham a certeza de que faziam parte (da Europa), era um sítio onde as pessoas não tinham a certeza que era democrático. Acabou por ser e isso é maravilhoso e houve progresso económico”, recordou.
A importância de uma união bancáriaNo entanto, Krugman sublinhou que os problemas da economia portuguesa não estão todos resolvidos: “Agora está numa situação muito difícil, o desemprego é muito elevado e seria ainda mais elevado se as pessoas não estivessem a sair, ainda é uma economia fraca”.
“Em primeiro lugar, uma coisa que é absolutamente óbvia que tem de ser feita - e era insano não o fazer - é uma verdadeira união bancária”, afirmou o prémio Nobel.
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Para Krugman, “a ideia de que a responsabilidade de apoiar os bancos em tempos difíceis deve ser de nível nacional é basicamente maluca e é impor um risco constante”.
“Foi muito regional, não foi um problema nacional: 80% das perdas foram num só Estado, no Estado do Texas. Mas o Texas não teve de pagar por isso, o orçamento nacional é que pagou”, recordou Krugman.
Krugman considera que isto “tem de acontecer” mas admite que “vai levar alguns anos e [que] não vai ser retrospetivo”, sublinhando que a Europa tem de ter em mente que “da próxima vez podem ser os países do Norte” a precisar de ajuda europeia.
O segundo aspeto que Paul Krugman referiu foi a necessidade de haver “uma verdadeira união orçamental” na zona euro, considerando que “este é um sonho distante, mas [que] talvez seja possível convencer as pessoas de que nunca se sabe quem é que vai estar em perigo” a seguir.
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