O Sindicato dos Estivadores emitiu hoje um novo pré-aviso de greve para o Porto de Lisboa, com incidência nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, que prolonga a paralisação até ao dia 27 de maio.
A greve tem sido prolongada através de sucessivos pré-avisos devido à falta de entendimento entre estivadores e operadores portuários sobre o novo contrato coletivo de trabalho.
PUB
Segundo um comunicado do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, a greve decorre entre as 08:00 de 12 de maio de 2016 (período anteriormente definido) e as 08:00 do dia 27 de maio de 2016, com períodos de duração diária delimitados em termos temporais e operacionais.
Os estivadores vão fazer greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados.
Sindicato e operadores estavam a negociar um acordo coletivo de trabalho desde janeiro, mas as negociações foram suspensas no início de abril apesar de existir consenso em várias matérias, segundo o Governo, que mediou este conflito.
“Lamenta-se que tendo conseguido a conciliação em matérias determinantes neste conflito laboral não tenha sido possível alcançar, até agora, o compromisso nas matérias que se identificaram”, referiu o Ministério do Mar na altura, num comunicado.
PUB
O gabinete da ministra Ana Paula Vitorino explicou que “não foi possível obter um acordo entre as partes quanto à forma de progressão na carreira (se baseada no mérito ou efetuada de forma automática), nem sobre a organização e o planeamento da atividade portuária (se feita por trabalhadores portuários ou pelos responsáveis pela gestão portuária)”.
Inicialmente, foi definido o prazo de final de fevereiro para que as partes pudessem fechar um acordo coletivo de trabalho no Porto de Lisboa, depois de, a 08 de janeiro, os estivadores e os operadores terem chegado a uma base de entendimento, que levou à retirada imediata dos pré-avisos de greve.
O jornal Público adianta hoje que a reunião entre as partes em confronto para fixar serviços mínimos durante a greve, que teve lugar na quinta-feira, também terminou sem acordo, pelo que será o Governo a decretar os serviços mínimos por despacho.
Indústria diz que greve compromete abastecimento alimentar do paísA greve no Porto de Lisboa, que se vai prolongar até ao final de maio, pode pôr em causa o abastecimento alimentar do país, alertou a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), pedindo ao Governo que tome medidas.
O Sindicato dos Estivadores emitiu hoje um novo pré-aviso de greve que prolonga a paralisação no Porto de Lisboa até ao dia 27 de maio, deixando praticamente parado um porto que representa 70% da circulação de matérias-primas para a indústria alimentar.
Segundo um comunicado da FIPA, já não existe bagaço de soja no mercado (um produto usado no fabrico de rações para animais), o que implica a paragem forçada de muitas fábricas e o consequente impacto no fabrico de rações “o que poderá colocar a vida de milhões de animais em explorações pecuárias em risco” e afetar também a alimentação humana.
PUB