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Trabalhadores da TAP acusam Governo de ter "apressado o negócio"

Comissão diz que argumento das razões financeiras "serve apenas para tornar negócio válido"

Questionado pela Lusa sobre se a Comissão de Trabalhadores concorda com as razões financeiras invocadas pelo Governo para avançar com a privatização, José Augusto respondeu que este “argumento serve [apenas] para tornar o negócio válido”. O coordenador da Comissão de Trabalhadores da TAP destacou que a companhia está inserida no mercado da aviação, que é bastante competitivo. José Augusto vincou ainda que o Governo deu "uma ajudinha” na renegociação da dívida aos bancos a favor do consórcio. José Augusto adiantou à Lusa que os trabalhadores vão reunir-se em plenário na próxima quarta-feira às 15:00, para debater esta questão da privatização. Os novos acionistas maioritários da TAP reúnem-se hoje com os trabalhadores do grupo pelas 14:30, no refeitório das instalações da companhia, em Lisboa, um dia depois da assinatura do contrato que passou a maioria do capital para o consórcio Gateway.

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A Comissão de Trabalhadores da TAP criticou esta sexta-feira o Governo por ter “apressado a privatização" da companhia aérea portuguesa, mesmo depois de o executivo ter sido “chumbado” na Assembleia da República (AR).

“Sempre manifestámos a nossa oposição em relação à privatização da empresa. No nosso entender, esta deve ficar na esfera do Estado, mas não foi esse o entendimento do Governo, que, na vigência do seu mandato anterior e deste, apesar de 'chumbado' na AR, insistiu em empurrar a empresa para a privatização”, declarou à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores, José Augusto.

Na opinião do mesmo responsável, “quem anda de consciência tranquila não tem de apressar o negócio”.

“Quero também dizer que consideramos interessante a assinatura do acordo em parte incerta, o que revela um pouco sobre as intenções que estão por detrás disto tudo”.

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“Pela conversa do Governo, não há dinheiro no curto prazo sequer para combustível para os aviões, nem salários. Claro que isto é no entender de alguém que quer promover o negócio a todo custo”.

“Temos a noção de que as coisas não estão bem, que houve uma quebra de receitas, sobretudo no Brasil, e temos também a concorrência das ‘low cost’. O mercado da aviação é altamente competitivo, há dificuldades, mas o clima de asfixia anunciado pelo Governo serve para tornar válido o argumento de que é inevitável a privatização”.

“Se o fez para o consórcio, deveria tê-lo feito para a TAP enquanto empresa pública, e não o fez. Há uma intenção ideológica subjacente a este negócio. Estão a desfazer mais uma grande empresa deste país”.

“Convidámos os grupos parlamentares do PS, PCP e Bloco de Esquerda, bem como a CGTP, para estarem presentes para falarmos sobre a privatização”.

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O Governo aprovou quinta-feira em Conselho de Ministros a minuta final do processo de venda de 61% da TAP ao consórcio Gateway, alegando que a celebração desse contrato é uma necessidade urgente e inadiável, enquadrando-se, portanto, nas competências de um executivo em gestão.

A 13 de outubro passado, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) deu parecer positivo à venda da TAP ao consórcio Gateway, mas pediu esclarecimentos sobre a estrutura acionista do consórcio comprador, para verificar se ela é controlada pelo português Humberto Pedrosa, como as regras europeias impõem.

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