O PSD impôs algumas condições para dar o seu acordo às medidas de austeridade que o Governo anunciou. Vai haver um acompanhamento, através de relatórios trimestrais, por parte de uma entidade independente no seio do Parlamento (a UTAO), da aplicação das medidas.
O partido exigiu que o corte na despesa fosse igual ao aumento das receitas (cerca de mil milhões de euros de cada lado) e o seu aval ao aumento dos impostos tem prazo de validade: apenas um ano e meio, explicou o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, em entrevista à TVI.
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Questionado porque é que o PSD não exigiu mais, como a suspensão de alguns projectos de obras públicas dos quais discorda, Passos Coelho explicou-se com a «urgência» da posição que Portugal tinha de tomar junto de Bruxelas para «assegurar a respeitabilidade externa».
Veja aqui a entrevista a Passos Coelho na íntegra
«Se exigíssemos que o Governo suspendesse as obras públicas, se exigíssemos que apresentassem um projecto credível para a economia do país, se exigíssemos que o Governo avançasse com reformas estruturais, isso iria abrir um período de negociações que levaria tempo e não havia tempo para isso».
Mas Passos Coelho recusa a ideia de ter passado um cheque em branco ao Governo. «O acordo é um acordo de boa fé. Há um acompanhamento trimestral para ver se o corte na despesa está a ser feito. Mas se não o for, perdemos todos. Perde o país e perde o Governo, que deixa de ter o apoio do PSD».
«Só numa brincadeira de mau gosto é que o Governo, quando comunica um esforço adicional destes, viria agora dizer que iria lançar novos concursos», ironizou.
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