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OCDE confirma: Portugal será o único em recessão

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Portugal vai sofrer recessão de 2,1%. Desemprego continua a crescer

[Notícia actualizada às 13h]

Portugal vai sofrer uma recessão de 2,1% este ano e de 1,5% no próximo, segundo as previsões que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou esta quarta-feira, confirmando que, em 2012, o país será o único em recessão. Este ano, a Grécia e Japão ainda estão em terreno negativo, mas em 2012 Portugal fica para trás.

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Estas estimativas são, ainda assim, mais animadoras do que as da Comissão Europeia. Bruxelas antecipa uma perda de riqueza de 2,2% para este ano e de 1,8% em 2012. E mais animadoras ainda do que as divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional que apontava para uma contracção de 2% em 2012.

A OCDE sublinha que «a actividade económica deverá continuar a contrair em 2011 e durante a maior parte de 2010, como resultado dos esforços de consolidação orçamental e da redução da dívida».

Olhando para a economia mundial, a organização prevê um crescimento de 4,2% e 4,6% em 2012, considerando que a recuperação está num caminho sólido mas ainda a diferentes velocidades.

No consumo privado nacional, e confirmando a perspectiva do Banco de Portugal de que as famílias vão sofrer uma perda de rendimento disponível sem precedentes, com a OCDE a prever um recuo de 4,1% já este ano.

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Depois, há a ter em conta a manutenção da «fraca procura interna» que se traduzirá numa inflação mais baixa, «uma vez que os efeitos da subida dos preços do petróleo e os aumentos sucessivos dos impostos indirectos terão desaparecido».

Já as exportações, que têm aumentado, «deverão permanecer dinâmicas, ajudando a pôr termo às perdas decorrentes da produção no final de 2012 e a reduzir gradualmente o défice da conta corrente».

Apesar desta lufada de ar fresco nas previsões da OCDE, o que vem a seguir, no documento, não é nada animador: «Espera-se também um aumento do desemprego», com a taxa nos 11,7% este ano e nos 12,7% em 2012. Ora, no primeiro trimestre a taxa de desemprego ficou já nos 12,4%, segundo o INE.

A taxa de desemprego de Portugal e da Grécia, em 2012, serão as únicas a registar crescimento, em contra-ciclo com os restantes países da OCDE que conseguem reduzir o número de desempregados.

Em 2011 e 2012, Portugal ocupa o 6.º lugar dentro dos 30 países que constituem a OCDE.

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A redução do défice irá continuar, no contexto, da

assistência financeira da União Europeia e do FMI, e apesar dos custos a curto-prazo, a implementação de medidas de «consolidação orçamental é fundamental para reequilibrar a economia».

No documento, a organização assume que as metas do défice exigidos pela troika vão serão atingidos, com 5,9% este ano e 4,5% em 2012.

Mas a OCDE avisa que para suportar esta consolidação, são precisas mais reformas estruturais: a sustentabilidade das contas públicas «também requer um crescimento mais forte e um aumento da competitividade, que terá de ser alavancada em reformas estruturais no mercado laboral e no sistema fiscal».

No que diz respeito à dívida pública, a OCDE é mais pessimista do que a Comissão Europeia que prevê que o valor ultrapasse o PIB, chegando aos 101,7%, este ano, e os 107,4% para o ano. A organização prevê que a dívida atinga 110,8% em 2011 e 115,8% em 2012.

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