O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas estima que o abastecimento de combustível a nível nacional fique normalizado dentro de dois dias, depois de desconvocada a greve que durava desde segunda-feira.
Já a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), menos otimista, afirmou à Lusa que repor a situação existente antes do início da greve pode demorar até cinco dias, mas a partir desta tarde deverá retomar-se a normalidade dos abastecimentos.
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Acreditamos que [regularizar] tudo, portanto uma situação igual à existente antes do início da greve, poderá demorar até cerca de cinco dias, mas grande parte das situações estarão regularizadas antes disso”, disse António Comprido, presidente da Apetro.
O responsável adiantou que “a partir de amanhã [sexta-feira] já deverá haver uma situação normal em muitos casos, mas a totalidade só depois do fim de semana”.
Em declarações aos jornalistas após o anúncio do final da greve, no Ministério das Infraestruturas e Habitação, Pedro Henriques, do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SMMP), congratulou-se com o entendimento conseguido e disse esperar que até ao final do ano se consiga concluir o acordo de negociação coletiva.
“Vamos dar início às negociações com a ANTRAM [Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias], com supervisão do Governo, para negociar as cláusulas da negociação coletiva desta classe profissional. A primeira reunião é dia 29 e tem como objetivo até ao final deste ano estar fechado este acordo coletivo de trabalho até final do ano”, afirmou o responsável.
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Pedro Henriques disse ainda que o que fez o sindicato desconvocar a greve foi “a garantia da ANTRAM e do Governo de que se iniciaria esta negociação coletiva de trabalho” e o compromisso do executivo de que este acordo estaria fechado até final do ano e que as negociações decorrerão “com tranquilidade”.
“Não está em causa apenas uma negociação, está em causa o reconhecimento oficial da categoria de motorista de matérias perigosas”, afirmou Pedro Henriques.
O representante sublinhou que o sindicato tinha consciência de que “a manutenção do direito pela greve iria causar ainda mais problemas ao país, que parou em três dias”.
“Não era nossa intenção. Manifestamo-nos sempre de forma pacífica para alertar para a importância que estes homens têm, pois sem eles o país para, mas o país não os conhecia nem os reconhecia”, acrescentou.
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No entendimento conseguido hoje, as partes comprometem-se a “diligenciar pela manutenção de um clima de diálogo e paz social, mantendo o diálogo como forma de resolução de diferendos ou divergências até ao fim das negociações”, abstraindo-se de “outras formas de pressão, nomeadamente greves”.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da ANTRAM, Gonçalo Duarte, disse que para a associação era "muito importante fechar este ciclo de dias muito duros".
O representante felicitou as empresas, que “souberam aguentar dias difíceis", e os trabalhadores destas empresas, que “ajudaram a que o que é tão essencial como o combustível e as energias conseguissem chegar a casa das pessoas e aos postos de abastecimento, nunca virando a cara à luta".
O responsável frisou que a ANTRAM é uma associação empresarial "sempre muito virada para a negociação, o entendimento e todas as formas de desenvolvimento de atividade e valorização da profissão e do setor".
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Gonçalo Duarte agradeceu às forças de segurança por terem encontrado alternativas durante a greve e ao Governo pela forma como ajudou a que se chegasse ao entendimento conseguido hoje para começarem as negociações de um novo acordo coletivo de trabalho.
Operação turística da Páscoa vai decorrer "com normalidade"A Secretaria de Estado do Turismo afirmou hoje que a operação turística no período da Páscoa "se desenrolará com normalidade", depois de ter terminado a greve.
"Com o final da greve convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), através da mediação do Governo, garante-se que a operação turística durante o período de Páscoa se desenrolará com normalidade", refere um comunicado divulgado pela secretaria de Estado liderada por Ana Mendes Godinho.
O Governo salienta, assim, que os turistas, quer nacionais, quer estrangeiros, "dispõem de todas as condições para viajar pelo país sem problemas".
A Páscoa "é um período importante para o turismo em Portugal e estão reunidas as condições para que a atividade turística decorra de acordo com as previsões positivas dos operadores turísticos", acrescenta o comunicado.
A greve dos motoristas de matérias perigosas começou às 00:00 de segunda-feira e foi convocada pelo SNMMP para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. Terminou esta quinta-feira, depois de centenas de postos de abastecimento terem ficado secos e o caos se ter gerado em várias cidades, obrigando o Governo a limitar o abastecimento a 15 litros por veículo.
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