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O economista britânico Stuart Holland disse esta quarta-feira em Lisboa que a Europa está «na iminência de um IV Reich», referindo-se à situação na Grécia e à «hegemonia de Berlim» na União Europeia.
«Temos uma hegemonia alemã que (os antigos chanceleres) Willy Brandt e Helmut Kohl não queriam. Eles não queriam uma Europa alemã, mas Angela Merkel que não tem as referências da Europa Ocidental não aceita conceitos como a solidariedade», disse à Lusa o economista britânico, à margem da conferência “Grécia e Agora?”, que decorre na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Questionado sobre as críticas do governo português, às posições do governo grego, liderado pelo partido da esquerda radical Syriza, o economista britânico ironizou, afirmando que o chefe do governo português está a «fazer o jogo de Berlim».
«Eu creio que é admirável. Ele (Pedro Passos Coelho) vai para eleições com cartazes que mostram a bênção de Angela Merkel. Deus o ajude. Deus ajude Portugal», afirmou.
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«Já não temos isso. Nem sequer intenções e procedimentos comunitários. Por parte da Alemanha, por exemplo, no quadro do Eurogrupo não existe e isto é uma tragédia», lamentou o economista.
Stuart Holland explicou que a Alemanha pensa erradamente que tem poder de veto sobre a 'cooperação reforçada' tendo utilizado o processo para «flanquear» o Reino Unido.
«A Alemanha usou isto na proposta das taxas sobre as transações financeiras para ultrapassar David Cameron. O resto da Europa, especialmente os grandes países: França, Itália, Polónia, Reino Unido devem fazer o mesmo para flanquear a Alemanha e negar assim o IV Reich», afirmou.
A conferência “Grécia e Agora?”, organizada pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal e pelo Instituto Europeu, conta com as presenças, entre outros, do académico grego Elias Souziakis, do economista e antigo líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã, da deputada do PSD Mónica Ferro, de Rui Tavares, do Partido Livre e do antigo presidente da Assembleia da República, Mota Amaral.
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