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Pilotos dizem que comunicação da suspensão de contratos pode por em causa segurança

Alguns profissionais foram informados da suspensão do contrato pela TAP quando estavam prestes a iniciar voos

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) denunciou que alguns profissionais foram informados da suspensão do contrato pela TAP quando estavam prestes a iniciar voos, pondo em causa a segurança, numa carta a que Lusa teve acesso.

Na missiva, enviada ao presidente do Conselho de Administração da transportadora, Miguel Frasquilho, e ao presidente da Comissão Executiva, Ramiro Sequeira, a estrutura sindical disse que foi informada de que “os RH [Recursos Humanos] da TAP, no contexto de redução do quadro de pilotos, suspenderam o contrato de trabalho de associados” do SPAC “enviando-lhes o respetivo 'email' quando estes se encontravam fora da base, prestes a iniciar os seus voos de regresso a Portugal”.

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Para o sindicato, “esta situação constitui um grave atentado à segurança de voo”, solicitando ao Conselho de Administração da TAP “uma atitude enérgica que termine definitivamente com este comportamento insensível e irresponsável por parte dos RH” do grupo.

Além disso, o sindicato recomendou a “todos os associados que durante uma estadia se vejam confrontados com um 'email' dos RH da TAP a suspender o seu contrato de trabalho” que “não efetuem o voo de regresso à base, aguardem novas instruções da TAP e comuniquem o caso ao SPAC”.

No dia 22 de abril, o SPAC repudiou o comportamento dos Recursos Humanos da TAP, por estarem a convocar "aos poucos" os pilotos para medidas de reestruturação, o que gera "ansiedade" e compromete a segurança de voo.

"O SPAC tomou conhecimento, no dia 19 deste mês, do início do envio de emails a convocar os pilotos da TAP SA para reuniões no departamento de Recursos Humanos (RH)", começa por referir o sindicato num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social e que se refere às convocatórias que estão a ser enviadas aos pilotos selecionados para lhes serem propostas medidas de reestruturação, como rescisões por mútuo acordo, ou pré-reformas.

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"A​oinvés de terem informado todos os pilotos de uma só vez, estão a fazê-lo aos poucos, gerando ansiedade, mal-estar e aflição em todos os pilotos", apontou o SPAC.

Segundo os representantes dos pilotos da TAP, "esta situação configura um cenário muito grave de segurança de voo", uma vez que aqueles profissionais "estão a voar em condições de grande 'stress' laboral e mental, não sabendo se quando chegarem do próximo voo terão uma notificação a convocar para uma reunião onde serão 'convidados' a aceitar medidas voluntárias para saída da empresa".

O sindicato acusou os RH da companhia aérea de "falta de sensibilidade", que está a causar "grande preocupação".

A segunda fase das medidas voluntárias da TAP, que decorreu entre 11 e 16 de abril, contou com 122 adesões confirmadas, de acordo com uma nota interna enviada aos colaboradores, a que a Lusa teve acesso.

Anteriormente, na primeira fase de candidaturas, que decorreu entre 11 de fevereiro e 24 de março, "das 690 adesões previamente comunicadas, concretizaram-se 669, com um impacto no redimensionamento de cerca de 630 postos de trabalho", recordou a transportadora, na mesma missiva.

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