Ficou bem mais fácil despedir e reduzir salários, em Portugal, depois do programa de ajustamento, indica um estudo do Banco Central Europeu (BCE) num qual o Banco de Portugal também participou.
Cerca de um terço das empresas portuguesas considera que, depois da implementação do programa de ajustamento imposto pelas entidades internacionais, o despedimento individual e a redução de salários ficou mais fácil.
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Entre 2010 e 2013, o despedimento individual, apontado muitas vezes pelos gestores como o grande obstáculo ao ajustamento das empresas, tornou-se "menos difícil ou muito menos difícil".
Tendo em conta as mudanças substanciais no ambiente económico, juntamente com os esforços consideráveis de reforma nos países sob stress, durante o período 2010-13, as empresas nesses países ajustaram-se", diz o estudo do BCE.
Portugal regista a terceira maior marca no grupo dos sete países mais afetados pela crise, de que também fazem parte Espanha, Grécia, Eslovénia, Chipre, Itália e Irlanda.
Estes são os primeiros resultados da terceira edição da Rede de Dinâmica Salarial, um projeto de investigação de economistas do Banco Central Europeu e de 25 bancos centrais nacionais da União Europeia, incluindo o Banco de Portugal.
Os primeiros resultados com as comparações europeias saíram esta semana, pela mão do BCE. O Banco de Portugal conduziu os inquéritos junto das empresas em território nacional em 2014 e 2015.
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No caso de Portugal, e mais ainda em Espanha e Grécia, são evidentes as alterações que facilitam às empresas suprimirem postos de trabalho e esmagarem salários.
A via da redução do emprego foi a mais utilizada em Portugal. O ajustamento salarial assentou no congelamento dos ordenados. Ainda assim, a proporção de empresas que congelaram salários de base aumentou de 25% em 2010 para quase 40% em 2013.
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