Última atualização às 13h10
O Eurogrupo chegou, esta madrugada, a um acordo que evita a bancarrora em Chipre.
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Os ministros das Finanças do euro desistiram da taxa sobre os depósitos bancários inferiores a 100 mil euros. Ainda assim, as contas mais altas vão sofrer perdas pesadas e o banco Laiki - o segundo maior do país - será encerrado. A decisão abre a porta ao resgate de 10 mil milhões de euros a Chipre e visa proteger os pequenos depositantes.
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O Governo cipriota garantiu entretanto que os depósitos acima de 100 mil euros pagarão uma taxa de 30%.
Entre outras medidas figura um aumento do imposto sobre as empresas, que passa de 10% para 12,5%, e sobre as privatizações. Nas próximas semanas será assinado um protocolo que prevê reformas estruturais.
De acordo com o líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, o acordo alcançado entre Nicósia e os credores internacionais «põe fim às incertezas que afetam Chipre e a zona euro».
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«Nenhuma destas medidas vai afetar os depósitos inferiores a 100 mil euros (estes não serão sujeitos a qualquer imposto). Não deve haver qualquer dúvida sobre isso. Dentro das possibilidades políticas da semana passada, nós escolhemos instrumentos diferentes e agora temos uma solução melhor», acrescentou.
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Citado pelas agências internacionais, Dijsselbloem reforçou que o montante do apoio dos credores (UE e FMI) é inalterável e «será equivalente a 10 mil milhões de euros».
Também o Presidente cipriota, Nicos Anastasiades, disse estar «satisfeito» com o resultado das negociações, ao fim das quase 12 horas de reunião em Bruxelas.
«Temos um acordo que é do interesse do povo de Chipre e da União Europeia», disse Anastasiades, aos jornalistas no final da reunião.
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Ainda assim, o banco do Chipre, o maior do país, que concentra a maior parte dos depósitos russos, vai sofrer uma profunda reestruturação (que não pode ser financiada pelos empréstimos internacionais) e o banco Laiki, o segundo maior do país, será liquidado.
O encerramento do Laiki será financiado pelos acionistas, ou seja, por credores e os depósitos não segurados acima de 100 mil euros. A parte «boa» dos ativos - depósitos até 100 mil euros - será transferida para o Banco do Chipre.
«O banco Laiki vai acabar por desaparecer e o Banco de Chipre será reduzido de forma apropriada», confirmou a diretora do FMI, Christine Lagarde. «A solução que conseguimos esta noite, na verdade, é focada nos bancos que já estão em dificuldades. Sobretudo o banco Laiki que simplesmente não pode ser salvo», advogou.
Futuro será «muito difícil»
Mais: o acordo delineado visa «uma reestruturação bancária», pelo que não é necessária a aprovação do Parlamento cipriota, que já tinha chumbado o plano inicial.
Segundo o Eurogrupo, o Chipre deve receber a primeira tranche do resgate no início de maio, sendo que o BCE continuará a ceder liquidez de emergência à banca cipriota.
O futuro próximo será «muito difícil para o país», frisou o vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn. «A Comissão vai fazer tudo o que for possível para aliviar as consequências deste choque económico».
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