A Grécia exigiu esta segunda-feira mais calma e discrição aos auditores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) no país, depois da polémica que as instituições causaram ao dizer que Atenas deveria privatizar 50 mil milhões de euros de activos.
O FMI e a UE «não têm o direito de anunciar decisões do Governo», disse George Petalotis, com Atenas a esforçar-se para mostrar que o programa de privatizações foi uma ideia governamental.
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O porta-voz do executivo grego disse ainda que Atenas já aconselhou os responsáveis do FMI, da UE e do Banco Central Europeu (BCE) no país a serem mais «comedidos» nas intervenções públicas.
«Nós, e o ministério das Finanças, em particular, já dissemos aos representantes das três organizações para serem discretos e comedidos, não darem entrevistas onde quer que vão, e para serem mais frugais em conferências de imprensa», afirmou George Petalotis.
FMI e UE fala em venda de 50 mil milhões de euros em activos
A polémica começou quando o relatório de acompanhamento trimestral da UE, do FMI e do BCE aconselhou Atenas a realizar a venda de activos estatais como forma de realizar 50 mil milhões de euros, para ajudar à resolução da crise de dívida soberana no país.
A raiva grega tornou-se ainda maior ao verem, no fim de semana, entrevistas dos chefes de missão da União Europeia, Servaas Deroose e do FMI, Poul Thomsen, que detalhavam mesmo aos jornais que activos é que deveriam ir ao mercado, incluindo a venda de praias, do aeroporto de Atenas e de outros aeroportos regionais.
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A Comissão Europeia, o FMI e o BCE emitiram no domingo um comunicado em que dizem ter «o maior respeito pelas prerrogativas e pelas iniciativas do Governo em todas as áreas de decisão económica», lamentando «se foi passada uma impressão diferente».
Em Maio, para evitar uma bancarrota iminente, e sem condições de se financiar no mercado, a Grécia teve de apelar ao financiamento de emergência da UE e do FMI, no valor de 110 mil milhões de euros.
Em troca deste resgate, Atenas comprometeu-se a levar a cabo diversas reformas, que incluíam uma redução do défice para 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
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