O presidente do Grupo Parlamentar do PS apelou esta quinta-feira ao Banco de Portugal para que suspenda os pagamentos dos subsídios de férias e de Natal, dois dias depois da instituição liderada por Carlos Costa ter confirmado que pretende pagar os 13º e 14º meses aos seus funcionários.
«Em nome do PS quero instar o Banco de Portugal a adoptar uma solução idêntica a uma já tomada pela Assembleia da República, que não era obrigada a suspender o pagamento dos 13º e 14º meses aos deputados, mas fê-lo, propondo uma alteração para que isso seja possível», disse Carlos Zorrinho aos jornalistas, citado pela Lusa, no final da reunião do Grupo Parlamentar socialista, que procedeu à análise da situação económica e social do país e em que se decidiu deixar um desafio concreto à administração ao supervisor.
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«Tal como fez a Assembleia da República, quero instar o Banco de Portugal para que fizesse o mesmo, porque os portugueses não compreenderão que haja neste momento dois pesos e duas medidas em relação ao esforço que o país precisa de fazer», disse Zorrinho.
No entanto, explicou o deputado, o PS não tomará a iniciativa de solicitar uma audição com Carlos Costa, no Parlamento, alegando que a posição dos socialistas «é suficientemente clara».
«Temos consciência que o Banco de Portugal tem contexto legal para não o fazer, mas estamos perante uma questão ética e moral. Tem de haver o mesmo peso e a mesma medida para todos os portugueses», disse, referindo-se à medida do Orçamento do Estado para 2012 que limita os cortes nos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores do sector público e aos reformados.
Interrogado se o PS, com a ideia de estender os cortes ao Banco de Portugal, está a visar o Presidente da República, Cavaco Silva, o presidente do Grupo Parlamentar do PS recusou essa intenção.
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«Esta é uma questão global e não quero fazer qualquer consideração sobre casos pessoais», alegou Carlos Zorrinho.
O Ministério das Finanças já explicou que o Banco de Portugal tem autonomia para decidir, sendo a opção da entidade manter o 13.º e 14.º mês e cortar em «medidas equivalentes» no valor de 6,5 milhões de euros.
O CDS e o social-democrata Paulo Rangel já pediram publicamente explicações a Carlos Costa sobre esta decisão.
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