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Ministra acha provas globais dispensáveis

Professores defendem que fim de provas é «retrocesso educativo»

A ministra da Educação defendeu esta quinta-feira no Parlamento que as provas globais do 9º ano são «dispensáveis» porque não têm efeitos práticos na avaliação dos alunos, mas escusou-se a adiantar se estas serão substituídas por exames nacionais, noticia a agência Lusa.

No debate de urgência requerido pelo PSD sobre o fim da obrigatoriedade das provas globais, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues justificou a decisão alegando que as provas são «desajustadas, desorganizadoras do quotidiano das escolas e dispensáveis».

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«A sua valorização era de apenas 25 por cento e, por isso, não tinham qual quer consequência ou efeito significativo nas notas. Nunca nenhum aluno chumbou por causa do resultado das provas globais», afirmou, defendendo, em alternativa, as provas externas como os exames nacionais.

Apesar disso, a ministra deixou sem resposta a pergunta feita por todas as bancadas da oposição sobre se as provas globais serão substituídas por exames no 9º ano, como acontece desde 2005 nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.

Questionada pelos jornalistas no final do debate, a governante limitou-se a afirmar que «os exames devem ser introduzidos quando se justifica a aferição da qualidade do ensino», recusando adiantar mais pormenores.

Professores defendem que fim das provas globais é «retrocesso educativo»

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considera que o fim da obrigatoriedade das provas globais no 9º ano significará «um retrocesso educativo» e a estagnação da taxa de frequência daquele nível de ensino.

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«A Fenprof considera que esta medida significará um retrocesso educativo e a continuação de uma estagnação [da taxa de frequência] que se verifica no 2º e 3º ciclos do ensino básico», afirma a Fenprof, em comunicado divulgado hoje.

Segundo o despacho do ME, compete a cada escola a decisão de continuar a realizar as provas, «como instrumento de aferição de conhecimentos nas disciplinas que se considerem mais adequadas, desde que as aulas não sejam interrompidas».

Para a Fenprof, «as provas globais fazem todo o sentido, ao atribuir à avaliação sumativa do final do ciclo de estudos um carácter interno, em função da realidade escolar de cada instituição de ensino».

«Ora, os exames nacionais apontam para uma realidade abstracta, denominada "aluno médio", que é dificilmente alcançável no contexto sócio-educativo e social de um país com tantos assimetrias, pelo que, do ponto de vista da equidade, as provas globais continuavam a fazer todo o sentido», reitera a federação.

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