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Escola: decorar é importante

Especialista diz que «memorizar promove o crescimento celular»

O neurologista Alexandre Castro Caldas defendeu hoje a prática da memorização nos primeiros anos de ensino como forma de adquirir conhecimento essencial para o futuro, criticando a ideia de que esta prática não estimula a inteligência, noticia a agência Lusa.

«Memorizar promove o crescimento celular», afirmou num debate sobre cérebro e matemática promovido pela Sociedade Portuguesa de Neurologia «Compreender e memorizar não são coisas incompatíveis», disse Alexandre Castro Caldas, que a crescentou que «educar crianças não é um pronto-a-vestir, uma sociedade bem organizada ensina as crianças à medida delas».

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Questionado por um membro da audiência sobre as dificuldades que alunos dos níveis superiores de ensino em compreender matérias básicas, Castro Caldas reconheceu que há «janelas de oportunidade» para adquirir conhecimentos, que se não forem retidos na altura certa nunca mais serão assimilados, como a tabuada.

«A adolescência é um período dramático», referiu, sublinhando que se não forem adquiridos conhecimentos fundamentais nesse período, os alunos podem até chegar ao ensino superior, mas com falta de «instrumentos cognitivos».

«É preciso olhar para a escola com cuidado e perceber que as pessoas com capacidade de memorização são inteligentes», defendeu.

Ao longo do debate, as ligações entre neurologia e matemática ficaram patentes no trabalho do Departamento de Matemática para a Ciência e Tecnologia da Universidade do Minho, representado por Wolf Ehrlagen.

O trabalho desenvolvido naquele departamento procura traduzir o funcion amento do cérebro em modelos matemáticos que poderão ser aplicados na robótica.

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Wolf Ehrlagen admitiu que «ainda falta muito tempo» para que se possa compreender o cérebro mas por outro lado, a matemática «tem a capacidade de ajudar a implementar capacidades cognitivas nos robôs».

Alexandre Castro Caldas afirmou que a maior dificuldade em equiparar modelos matemáticos à actividade do cérebro é o estabelecimento de uma «unidade mental» com a qual se possa medir os processos cerebrais.

O estudo da actividade cerebral permitiu já concluir, por exemplo, que a capacidade para o cálculo matemático surge antes do desenvolvimento da linguagem, com bebés de cinco meses a conseguirem raciocínios matemáticos antes de falar.

Alexandre Castro Caldas explicou ainda que o hemisfério direito do cérebro contém o básico da capacidade de raciocínio matemático, mas o hemisfério esquerdo é o mais ágil e bem preparado para os cálculos mais complexos.

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