O presidente da Cáritas Portuguesa disse esta sexta-feira que não são os imigrantes que geraram a crise ou que contribuem para esta, mas reconheceu que em momentos de dificuldade os mais vulneráveis são os primeiros a ser atingidos, escreve a Lusa.
«Não são eles - como alguns possam pensar ¿ que geraram a crise ou que contribuem para o acentuar da crise», afirmou Eugénio Fonseca, sustentando que os imigrantes «continuam a deitar mão de todos os trabalhos que lhes aparecem».
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O responsável, que participou na tradicional Peregrinação do Migrante e do Refugiado ao Santuário de Fátima, adiantou que a crise está a fazer com que mais imigrantes procurem a instituição, mas «não tantos quanto aqueles que estão em necessidade», situação que atribui também ao facto de existirem organizações mais específicas para o atendimento a imigrantes.
Eugénio Fonseca reconheceu que «a crise está a atingir de forma muito dura toda a gente», mas atinge os mais vulneráveis, onde se incluem os imigrantes.
«Os imigrantes são já por si - porque estão ausentes da sua pátria ¿ vulneráveis e tornam-se mais vulneráveis porque são fundamentalmente atingidos pela precariedade no trabalho», referiu, salientando que em situações de crise «são os primeiros a quem roubam os postos de trabalho».
«Há uma dupla injustiça: não só perdem a fonte do seu sustento como para permanecerem na chamada legalidade - se é justo falar assim - têm que fazer prova de que trabalham. Não fazendo prova que trabalham, ficam com o rótulo de ilegais», observou ainda Eugénio Fonseca.
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