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«Portugal não pode ser uma Maria vai com as outras»

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Mário Soares defende que país devia «ter tomado posição pública» sobre voos de Guantánamo

«Guantánamo é um exemplo extremo do desrespeito pelos direitos humanos, temos de manter uma cultura de independência ética e a coragem de erguer a voz e na defesa da coerência dos nossos valores e não sermos a Maria vai com as outras», defendeu o antigo chefe de Estado, durante uma conferência sobre «Contributos para uma Estratégia Nacional», que teve lugar no Instituto de Defesa Nacional (IDN).

Mário Soares afirmou que Portugal deve «ser defensor dos direitos humanos» e não deve «aguardar em silêncio quando as coisas são manifestamente contrárias em relação aos seus próprios valores», nem pôr-se «numa posição de real politik».

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«Não somos um Estado enorme e a nossa grande vantagem é podermos ser coerentes e não nos acusarem de falsos passos, devíamos ter tomado posições públicas relativamente a Guantanamo, sobre os voos. Sei que isto por vezes é incómodo mas tem de se fazer para ganharmos o nosso espaço», sublinhou o também antigo primeiro-ministro português.

Críticas a Bush e à NATO

Numa intervenção de quase duas horas, Soares criticou também os «actos de subserviência chocantes dos portugueses em relação a Angola». «É um país riquíssimo e os portugueses começaram a ter actos de subserviência em relação a Angola que são chocantes e que devemos evitar», criticou.

Em relação à administração de George W. Bush, o antigo chefe de Estado classificou-a como «infeliz»: «A NATO transformou-se numa espécie de braço armado dos Estados Unidos da América no tempo de Bush. A NATO é uma organização defensiva e não ofensiva, na invasão do Iraque meteu-se num atoleiro e depois no Afeganistão, foi um erro colossal», afirmou, numa intervenção muito pouco aplaudida pela audiência.

«O tempo de Bush vai acabar agora, nos oito anos da sua infeliz administração deterioraram-se as relações entre os Estados Unidos e a Europa, Obama representa a mudança pacífica, a Europa aprecia-o e vai criar-se um novo relacionamento», concluiu.

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