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Mário Soares alerta para clima de revolta em Portugal

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«Estamos perante um ingrediente que tem demasiadas componentes prestes a explodir»

Mário Soares afirma que está criado um clima de desconfiança e de revolta e que a crise está a generalizar-se na Europa, pelo que Portugal não deverá ficar indiferente aos sinais à sua volta, refere num artigo de opinião, publicado no «Diário de Notícias».

«Com as desigualdades sociais sempre a crescer, o aumento do desemprego que previsivelmente vai subir imenso, em 2009, a impunidade dos banqueiros delinquentes, o bloqueio na Justiça, e em especial, do Ministério Público e das polícias, estão a criar um clima de desconfiança - e de revolta - que não augura nada de bom», adverte o antigo Presidente da República, que ainda deixa conselhos:

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«Oiçam-se as pessoas na rua, tome-se o pulso do que se passa nas universidades, nos bairros populares, nos transportes públicos, no pequeno comércio, nas fábricas e empresas que ameaçam falir, por toda a parte do País, e compreender-se-á que estamos perante um ingrediente que tem demasiadas componentes prestes a explodir».

Também as oposições não são poupadas: «Acrescenta-se o radicalismo das oposições, à esquerda e à direita, que apostam na política do «quanto pior melhor.Perigosíssima, quando não se apresentam alternativas credíveis...», escreve.

O antigo chefe de Estado abordou ainda as manifestações violentas na Grécia e a crise em Espanha e França, para concluir que Portugal tem muitas razões de preocupação.

Soares criticou ainda o plano do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso aprovado na última Cimeira Europeia, que não passa de «um paliativo» que prevê a injecção de dinheiro nos bancos e nas grandes empresas para que o status quo se mantenha.

Sem comentar as medidas do Governo português de combate à crise, o antigo líder socialista critica abertamente osos responsáveis políticos europeus que «não pensam em mudar o paradigma ou não anunciam essa intenção e não explicam sequer aos eleitores comuns, os eternos sacrificados, como vão gastar o dinheiro que utilizam para salvar os bancos e as grandes empresas da falência, aparentemente deixando tudo na mesma?», remantando: «E querem depois o voto desses mesmos eleitores, sem os informar seriamente nem esclarecer? É demais! É sabido: quem semeia ventos colhe tempestades...».

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