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Crise no imobiliário agrava-se em Portugal

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As casas demoram cada vez mais a vender e a preços cada vez mais baixos. Para quem compra, os spreads estão a ser ajustados em alta pelos bancos.

De acordo com o «Diário Económico», em Julho do ano passado Jorge Venes, engenheiro electrotécnico da TMN, colocou uma placa a dizer «Vende-se» no seu T3, em Palmela. Só dez meses depois conseguiu retirar o anúncio e ainda levou mais três meses a formalizar o negócio. Mas apesar da longa espera, viu-se obrigado a perder dinheiro na operação. E o excesso de oferta reflectiu-se no preço.

O caso de Jorge Venes está longe de ser único. «Existe o mito de que o investimento imobiliário é sempre valorizador. Mas se tiver uma casa igual às outras, não é verdade», alerta José Almeida, director-geral da imobiliária Lammi. «Esta situação é agravada quando as avaliações das casas foram generosas e o banco emprestou acima do seu valor de mercado. As pessoas ficam presas à hipoteca inicial e não conseguem vender», defende o responsável.

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O mercado de residências em Portugal tem sentido alguns efeitos da crise do «subprime», à semelhança do que se tem verificado em alguns países europeus, com especial destaque para Espanha e Irlanda. O tempo de absorção da oferta de casas pelo mercado tem vindo a aumentar, sobretudo para os apartamentos de gama média, onde a oferta é muito superior à procura.

De acordo com um inquérito do Banco de Portugal realizado em Outubro, algumas instituições portuguesas «tornaram ligeiramente mais restritivos os critérios de aprovação de empréstimos a particulares».

Mesmo assim, escreve o «Diário Económico», Portugal ainda não é dos países mais afectados na Europa pela crise financeira. Espanha, Irlanda, França e Reino Unido são os mercados mais sacrificados, já que segundo um relatório da Standard & Poor¿s, o seu mercado residencial estava sobreavaliado em cerca de 30%. Agora, com a concessão de crédito dificultada, espera-se um forte impacto negativo nestas economias. O efeito psicológico da desvalorização dos activos das famílias repercute-se na diminuição do consumo, transformando uma crise financeira numa crise económica.

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