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Reino Unido diz ter margem de manobra reduzida no orçamento comunitário

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O primeiro-ministro do Reino Unido, país com a presidência semestral dos 25, admitiu hoje haver «pouca margem de manobra» sobre o orçamento comunitário para 2007-2013 e previu «negociações muito duras» que, a fracassarem, «ensombrarão» a União Europeia (UE).

Tony Blair, falando em conferência de imprensa após um encontro com dirigentes europeus, defendeu a redução do chamado «cheque britânico» (reembolso de parte da contribuição britânica para orçamento comunitário) para benefício não só da dezena de novos membros entrados a 01 de Maio de 2004, mas também de Londres, devido ao incremento do comércio, como aconteceu com a Espanha e Irlanda.

Sócrates confiante

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Blair reuniu-se entre quinta-feira e hoje com os chefes de Governo de diversos países comunitários. Entre eles esteve o primeiro-ministro português, José Sócrates, que disse estar «muito confiante» que a próxima proposta britânica para o orçamento comunitário de 2007-2013 se aproxime dos interesses portugueses.

No final da reunião, José Sócrates garantiu que o encontro o deixou «muito esperançado que a próxima proposta inglesa possa reflectir melhor a posição portuguesa», referiu, citado pela «Lusa».

O primeiro-ministro não quis divulgar os números que levou ao encontro, alegando que «não se deve tornar público o que se discutiu em privado numa discussão leal» e adiantando apenas que centrou a conversa em três pontos-chave para Portugal.

«Tive oportunidade de lhe dizer, em primeiro lugar, que o tecto do orçamento previsto na última proposta é demasiado baixo. Nós achamos que 1,03 é realmente insuficiente para as novas tarefas da União Europeia a 25 e para cumprir as principais políticas comunitárias, como as políticas de coesão», disse.

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Em segundo lugar, acrescentou, «exprimi a nossa discordância em relação aos cortes que são propostos para os fundos de desenvolvimento rural. Se há parte moderna, que faz sentido e que deu bons resultados na Política Agrícola Comum é a política de desenvolvimento rural, que deve ser preservada».

Finalmente, o chefe do governo português disse também ter criticado os fundos da Política Agrícola Comum e o chamado «cheque britânico».

«São dois anacronismos» das contas europeias, insistiu Sócrates, dizendo esperar que «a próxima proposta vá um pouco mais longe na supressão destes dois aspectos», até porque, na opinião do primeiro-ministro, «teria mais força moral se cedesse».

«Tony Blair está consciente de tudo isto», concluiu José Sócrates, que garantiu ter encorajado o seu homólogo britânico a apresentar uma nova proposta «que esteja mais de acordo com as necessidades europeias».

Já sobre a possibilidade de não se chegar a um acordo até ao final do ano, Sócrates repetiu que esse cenário seria «desastroso, porque a União precisa de um compromisso e de um compromisso que sirva todos os europeus».

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Durão Barroso pede cedências de todas as partes

Por seu lado, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse acreditar também que é possível um acordo, desde que todas as partes façam concessões.

«É possível se houver um verdadeiro esforço para chegar a um acordo que seja bom para a Europa e evite a paralisia», disse depois do encontro com Tony Blair, acrescentando que «será muito difícil, mas é possível a um acordo e espero que tenhamos resultados na próxima semana».

Para o presidente, «todos devem fazer concessões: o Governo britânico tem naturalmente que fazer concessões, mas não é o único país a ter de o fazer. É claro que a presidência britânica tem uma responsabilidade especial e penso que é do interesse dos britânicos alcançar este êxito durante a sua presidência para apoiar a sua visão de uma Europa alargada, aberta e virada para as reformas», concluiu.

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