João Salgueiro, ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), considera que o pior da crise económica ainda está para vir, sobretudo porque há falta de estratégia dos dirigentes políticos.
«A crise financeira provavelmente já acabou, como foi inúmeras vezes anunciado, mas a crise económica vai agravar-se ainda mais. Penso que há ainda uma terceira crise, que é a crise da competitividade. Sabemos ainda que o desemprego tende a piorar», avança à margem do IV Congresso da SEDES, que está a decorrer esta sexta-feira, em Lisboa.
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A culpa da crise, refere, é da «falta de medidas de instituições como a reserva federal dos Estados Unidos (Fed)».
O professor e também economista garante que há «erros e falhas estratégicas das classes dirigentes em Portugal» que não percebem «o que se está a passar no resto do mundo», já que vivem demasiado «dependentes» da Europa.
«Uma parte da nossa classe política está povoada por pessoas que querem ou lá chegar ou lá manter-se, e que não têm um projecto», atira.
O ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) acredita ainda que vêm aí reajustamentos de salários e que as empresas têm que se adaptar aos novos desafios rapidamente.
«Os reajustamentos de salários devem ser feitos e ainda estão para vir». Se formos mais produtivos «não precisaremos de baixar os ordenados», disse.
O responsável vai ainda mais à frente e frisa que «o país deve acabar com os empregos perpétuos e precários». Já as empresas devem adaptar-se ao futuro.
Recorde-se que João Salgueiro foi recentemente substituído por António de Sousa, na Associação Portuguesa de Bancos.
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