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Pescadores: acidente foi uma «tragédia anunciada»

Figueira da Foz: obras da ponte estreitam canal de navegação

Os pescadores da Gala, Figueira da Foz, de onde saiu o bote que hoje naufragou no rio Mondego, afirmam que o acidente foi uma tragédia anunciada, aludindo ao perigo de atravessar o canal devido às obras da ponte.

O acidente, que provocou dois mortos e um ferido ligeiro entre os tripulantes do bote de pesca, ocorreu a poucas centenas de metros do chamado portinho da Gala, no braço sul do Rio Mondego, junto às obras de alargamento da ponte dos Arcos.

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«Há dezenas de botes que não vão ao rio porque as pessoas têm medo. Isto era uma tragédia para acontecer», disse à agência Lusa José Cravo, 63 anos, um dos pescadores do núcleo piscatório da Gala.

A ponte dos Arcos, de acesso à margem sul do rio e à ponte da Figueira da Foz encontra-se em obras de alargamento, que reduziram a largura do canal do rio.

Obras reduziram canal

José Cravo, que acorreu ao local do naufrágio com vários outros pescadores da Gala, diz que a construção de um pontão de apoio aos trabalhos de alargamento reduziu o canal navegável «em 90 por cento».

«Na meia maré, quando a água entra ou sai, a corrente é muito forte e faz remoinhos. Ter de passar ali é uma aventura, só visto», argumentou. «Eu já não vou ao rio por causa disso», acrescentou.

A Agência Lusa constatou no local que das seis passagens entre os pilares da ponte, apenas uma está navegável, criando uma espécie de afunilamento com forte corrente.

Os pescadores assumem que a solução passou por mudar os botes para o porto de pesca, a montante da ponte, mas criticam a falta de condições de acesso no local.

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«Puseram lá uns contentores, mas não há plataformas de acesso e já não temos idade para andar a subir as pedras», argumentou.

Entretanto, Lídio Lopes, vereador da autarquia da Figueira da Foz, presente no local do acidente, lamentou a «enorme tragédia», frisando que a autarquia espera explicações da empresa Estradas de Portugal, dona da obra da ponte.

Acidente causou a morte a dois pescadores

O acidente que resultou na morte dos dois pescadores - ambos na casa dos 60 anos - e ferimentos ligeiros num terceiro que não necessitou de receber tratamento hospitalar, aconteceu quando o bote em que seguiam adornou, provocando a queda à água dos seus ocupantes.

A agência Lusa contactou a empresa Estradas de Portugal (EP), que remeteu uma resposta para mais tarde.

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