Já fez LIKE no TVI Notícias?

Figueira: «Deviam ter mudado barcos primeiro»

Autarca diz que obra só deviam ter acontecido depois de mudar pescadores

O autarca da freguesia de São Pedro afirmou esta segunda-feira que a mudança do ancoradouro da Gala para o Porto de Pesca, ainda não concretizada, surgiu após o início das obras da ponte e por alerta dos pescadores.

«Deviam ter pensado em mudar os pescadores antes e só depois começar a obra [da ponte]. Infelizmente para a comunidade piscatória da freguesia de São Pedro aconteceu uma tragédia, situação que era previsível» disse Carlos Simão à agência Lusa.

PUB

O acidente, que provocou dois mortos e um ferido ligeiro entre os tripulantes de um bote de pesca, que adornou, ocorreu a poucas centenas de metros do chamado portinho da Gala, no braço sul do Rio Mondego, junto às obras de alargamento da ponte dos Arcos.

A ponte, de acesso à margem sul do rio e à ponte da Figueira da Foz encontra-se em obras de alargamento, que reduziram a largura do canal do rio. A forte corrente no local é a causa apontada pelo autarca e pescadores para o acidente.

Carlos Simão sustentou que os pescadores da Gala alertaram, no início de Fevereiro, para a perigosidade da travessia no canal, estreitado com as obras da ponte, tendo a empresa Estradas de Portugal (EP), dona da obra, assumido a «necessidade» de mudar os botes ancorados na Gala para o Porto de Pesca da Figueira da Foz, a jusante dos trabalhos.

Acrescentou que a junta «estava a tentar minimizar a situação» junto da EP, com a criação, da parte desta, de um ancoradouro provisório, no Porto de Pesca, onde já foram colocados contentores mas faltam as plataformas de acesso.

PUB

«Tiveram de ser encomendadas e está previsto chegarem até final do mês. Mas devia ter sido feito de outra forma, as pessoas precisam de trabalhar, têm de passar ali todos os dias e o canal que ficou é extremamente perigoso», sublinhou o autarca.

A agência Lusa confrontou a empresa Estradas de Portugal sobre o assunto, tendo uma resposta sido remetida para mais tarde.

As autoridades já revelaram a identidade dos dois falecidos, Manuel Pata, de 70 anos, arrais de pesca, e Clemente imaginário, 79 anos, pescador.

O sobrevivente é Luís Dias de 58 anos, os três seguiam no bote com o nome «S. Pedro Novo» O comandante do porto, Louro Alves afirmou à Lusa que a Polícia Marítima levantou o auto de ocorrência, o qual será enviado para o Ministério Público.

PUB

Últimas