O Grupo Espírito Santo pediu 150 milhões de euros emprestados à Tranquilidade, parte deles para investir em papel comercial, entre abril e junho de 2014. A seguradora deu o dinheiro, sem questionar e esse financiamento foi pedido «diretamente» por Ricardo Salgado. Mesmo no mês do colapso do GES e do BES, o grupo propôs nova transação, mas, aí, a ideia era dar à companhia ações por forma a pagar 10% do capital em dívida, 15 milhões de euros, revelou esta quarta-feira, na comissão de inquérito sobre o caso, o ex-presidente da comissão executiva da Tranquilidade.
PUB
Peter Brito e Cunha alegou, aos deputados, que só soube das dificuldades do Grupo Espírito Santo em junho de 2014. Daí ter negado mais operações entre ambas as partes em julho:
«Recusei, numa certa altura. Já depois do conhecimento, como é óbvio»
O Instituto de Seguros só foi informado a 6 de junho dessas quatro transações entre a Tranquilidade e o GES, confirmou também.
Brito e Cunha afirmou ainda, depois de questionado, que recusou a oferta do GES ainda antes da deliberação do ISP, que proibiu essas transações a partir de 18 de julho. Foi, de resto, falar com o regulador porque «queria o conforto total» sobre essa recusa.
PUB