É esta a constatação das equipas de estudos económicos e financeiros dos principais bancos portugueses, contactados pela agência «Lusa».
Se o impacto pode ser maior e visível no crescimento económico, «é cedo para avaliar», já que isso depende da dimensão real e duração desta crise, dizem consensualmente estes economistas.
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«Mas existe esse risco», quer por razões internas, com as empresas a adiarem investimentos, quer externas com menos exportações admitiram Cristina Casalinho, do Banco BPI, e Rui Constantino, do Santander, enquanto Gonçalo Pascoal, do BCP assinala «a degradação do sentimento de confiança» sobretudo se não se perceber rapidamente a dimensão e duração da crise.
«Serão fundamentais os desenvolvimentos nas próximas semanas», segundo os analistas do BES.
O que é já visível e parece consensual é «uma reapreciação do prémio de risco do crédito, agora mais elevado» e um endurecimento ou maior cuidado na concessão de crédito, adianta o economista-chefe do BCP.
«O impacto principal decorre da subida da Euribor (a 3 meses) em 50 pontos base (ou seja 0,50%) numa economia fortemente endividada», refere Cristina Casalinho, do BPI, acrescentando que este «pode fazer-se sentir de forma mais significativa nas empresas».
O aumento dos juros e portanto dos encargos com empréstimos, resulta da subida das taxas a que estão indexados muitos empréstimos, como a Euribor a 6 meses e a Euribor a 3 meses, a mais referida pelos economistas.
Entre início de Agosto e até esta semana a Euribor a 3 meses subiu de 4,25 para 4,75% e a Euribor a 6 meses de 4,38 para 4,77%, isto mesmo tendo o Banco Central Europeu (BCE) mantido inalterada (nos 4%) a sua taxa de referência para o mercado.
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