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Portugueses explorados na Galiza

Recebem metade do prometido, trabalham 75 semanais e dormem no carro

Cerca de 20 mil trabalhadores estrangeiros, a maioria portugueses, são diariamente explorados por redes organizadas no sector da construção na Galiza, segundo dados da imprensa local citados pela Lusa.

O jornal Voz da Galiza noticia esta quarta-feira que, diariamente, entre 15 mil e 20 mil trabalhadores estrangeiros trabalham em obras na Galiza por salários inferiores aos determinados no convénio do sector em Espanha.

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Estes dados são estimativas das principais centrais sindicais espanholas, a Comissões Obreiras (CO) e a UGT, que sublinham que a actividade das redes ilegais de trabalho se alastram a todas as regiões da província galega.

Os sindicatos referem que a maioria dos trabalhadores são portugueses, recrutados com a promessa de um salário até duas vezes maior do que receberiam por trabalhos idênticos em Portugal. Quando aceitam, são transferidos para obras galegas por intermediários que ficam com parte do dinheiro.

«Alguns vão e voltam diariamente. Outros dormem em carrinhas ou em casas ao lado das obras, 10 ou 12 juntos. Há até gente que dorme nas obras», denuncia Francisco Estévez, da CO.

Os trabalhadores acabam por não receber os salários prometidos, que podem ascender a 1.200 euros mensais, por uma jornada semanal de 40 horas. «Acabam por levar 900 trabalhando entre 60 e 75 horas por semana. O resto fica no caminho, com quem os contratou ou com as empresas que também usam este sistema para branquear dinheiro», disse José António Alvarez, da UGT.

A situação tem-se agravado significativamente nos últimos meses e, recentemente, além dos portugueses são também cada vez mais os trabalhadores da Europa de leste e da América do Sul.

As declarações surgem 24 horas depois da polícia espanhola ter confirmado a desarticulação de uma organização que introduzia em Espanha imigrantes ilegais com documentos de identidade portugueses falsos, detendo 24 pessoas, entre elas pelo menos dois portugueses.

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