A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) sublinhou esta segunda-feira que só a atracção de investimento estrangeiro em habitação «poderá minimizar o impacto negativo no sector da subida das taxas de juro em Portugal».
Segundo a agência «Lusa», a associação alerta que o crescente aumento das taxas de juro está a ter efeitos «muito negativos» no mercado da habitação em Portugal, agravando a crise que desde 2002 afecta o sector.
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Para a AICCOPN, desde há vários meses que os dados disponíveis confirmam a tendência de redução de actividade do segmento de construção de edifícios residenciais, com decréscimos ao nível da produção e quebras no licenciamento residencial.
Quebras que, sublinha a associação, se vêm somar a «muitas outras» registadas nos últimos cinco anos.
Além da redução dos licenciamentos, a AICCOPN sustenta que a quebra no mercado residencial está bem patente nos últimos dados referentes ao crédito à habitação, relativos ao primeiro trimestre deste ano, com os empréstimos contratados a caírem 12 por cento em quantidade e 10% em valor face ao mesmo período de 2006.
«A verdade é que o efeito de subida de taxas de juro é particularmente nefasto em Portugal, dado o andamento divergente da economia e o elevado grau de endividamento das empresas e das famílias», sustenta.
Lembrando que este aumento dos juros «surge num contexto de crescimento económico forte na maioria dos países da zona Euro, com criação de emprego e elevada confiança dos agentes económicos», a associação destaca que a situação é precisamente inversa em Portugal, em que «a retoma do crescimento continua a ser muito tímida e não teve ainda efeitos nos emprego».
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Face a este cenário, o presidente da ACICCOPN prevê que a procura de habitação por parte das famílias portuguesas continue em baixa e defende que a recuperação só será possível através da atracção do investimento de estrangeiros na compra de 2ª habitação, à semelhança do que aconteceu em Espanha.
Neste âmbito, apela a um particular «esforço» quer de privados, quer de entidades públicas.
É que, sustenta, «vender uma casa a um estrangeiro não é o mesmo que vender um qualquer produto industrial, já que a casa implica deslocações e estadias regulares em Portugal, consumindo produtos nacionais e gerando um impacto directo sobre a economia nacional com efeitos ao longo do tempo».
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