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Covid-19: OMS avisa que "progresso frágil" não permite ainda aliviar medidas de contenção

Diretor regional europeu alerta que diminuição do ritmo de aumento de novos casos em alguns dos países mais atingidos, como Itália e Espanha, “não representa uma vitória

A Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou hoje que esta não é altura para aliviar as medidas de restrição à movimentação das populações, salientando que o progresso contra a pandemia da covid-19 é ainda demasiado frágil.

O diretor regional europeu da OMS, Hans Kluge, salientou que a diminuição do ritmo de aumento de novos casos em alguns dos países mais atingidos, como Itália e Espanha, “não representa uma vitória.

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Em conferência de imprensa virtual a partir de Copenhaga, revelou que os números atualizados de hoje em 53 países e territórios da Europa são de 687.236 casos confirmados e 52.824 mortes.

Sete dos 10 países mais afetados pela pandemia situam-se na região europeia: Espanha, Itália, Alemanha, França, Reino Unido, Turquia e Suíça, apontou.

Em Itália e Espanha, “15 a 20 dias” após a aplicação de restrições severas à mobilidade das pessoas, com a imposição de estado de emergência e confinamento das pessoas em casa, “o ritmo de aumento de novos casos parece ter abrandado”, mas trata-se de “um progresso frágil”.

“Esta não é altura de relaxar medidas, mas de dobrar ou triplicar o esforço coletivo”, defendeu Hans Kluge, apontando exemplos como a Turquia, em que houve “um aumento dramático” de novos casos durante a última semana, “60 por cento dos quais na cidade de Istambul”, o que demonstra que a transmissão comunitária ainda marca o progresso da pandemia.

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“Ainda falta um longo caminho nesta maratona”, afirmou o responsável europeu da OMS, reforçando que o alívio de medidas de restrição social “requer ponderação cuidadosa”.

Essencial continua a ser a proteção da “força de trabalho do setor da saúde”, treinando-a e garantindo que tem equipamentos de proteção individual e o ataque “ao motor da pandemia”, testando, isolando casos suspeitos ou confirmados e seguindo a rede de contactos das pessoas infetadas.

O consultor da OMS Bruce Aylward, que esteve em missão em Espanha, assinalou a velocidade com que o novo coronavírus se espalhou naquele país, passando em cerca de duas semanas de um a dois novos casos por dia (no fim de fevereiro) para mais de 500 casos por dia.

Depois de contactar com as equipas médicas que atacam a doença em Espanha, Bruce Aylward notou ainda como a população ativa é duramente atingida pela covid-19, apesar de a letalidade se verificar mais nos idosos.

Bruce Aylward afirmou que em Espanha “63% das pessoas colocadas em cuidados intensivos tem menos de 69 anos”.

“É errado pensar [na covid-19] como apenas uma pneumonia”, destacou, indicando que doentes que passaram três semanas em unidades de cuidados intensivos “necessitam de um longo período de reabilitação” porque a covid-19 “tem um impacto extraordinário no corpo”.

Hans Kluge apelou a que “ninguém fique para trás” no esforço para conter o avanço da pandemia, destacando populações vulneráveis como os sem-abrigo, a quem é preciso garantir “testes adequados, acesso a alimentação e a alojamento seguro”.

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