Um estudante norte-americano de 40 anos, que está a fazer uma pós-graduação na Escócia, assumiu ser o autor do blogue tido como pertencente a uma jovem lésbica síria. Amina Abdullah, que se tornou famosa pela defesa da democracia e se tornou num símbolo da oposição, era afinal um personagem de ficção e até o seu sequestro não passou de uma invenção
Milhares de pessoas que se mobilizaram a favor da jovem militante ficaram profundamente desagradadas com a revelação de que tudo não passava de uma invenção e insurgiram-se contra o jovem norte-americano.
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O blogue «A Gay Girl in Damascus» era seguido há semanas por dezenas de milhares de pessoas e Amina era já considerada um símbolo contra a repressão do regime de Bashar al-Assad.
Na última semana, uma pessoa apresentando-se como sendo prima de «Amina Abdullah» anunciou no blogue que a jovem tinha sido sequestrada em Damasco. De imediato, foi criada uma página do Facebook com o título «Libertem Amina Abdullah», que chegou a ter mais de 15 mil membros.
A blogueira era na realidade Tom MacMaster, que está a estudar na Universidade de Edimburgo e é casado. «Nunca esperei este nível de atenção», afirma McMaster na última mensagem do blogue, que tem como título «Desculpas aos leitores» e foi publicado no domingo.
MacMaster vem agora assegurar que «apesar do narrador ser fictício, os fatos relatados no blog são verdadeiros e não enganam sobre a situação» na Síria. «Não penso ter feito mal a ninguém. Os acontecimentos são determinados por pessoas que os vivem diariamente. Só tentei ilustrá-los para um público ocidental», sublinhou.
As dúvidas sobre a autenticidade do blogue tinham-se adensado nos últimos dias, depois de uma croata residente em Londres ter denunciado que a foto da suposta bloguer era a do seu perfil do Facebook.
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