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A Rússia terá proposto, em 2012, que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, se demitisse no âmbito de um acordo de paz. A informação foi agora divulgada por um negociador sénior, que participou nas negociações, de acordo com o The Guardian. O ex-presidente da Finlândia e prémio Nobel da Paz Martti Ahtisaari disse que os governantes ocidentais não aproveitaram a proposta e que, desde então, milhares de pessoas morreram e milhões tiveram de fugir, provocando a mais grave crise de refugiados desde a segunda Guerra Mundial. Ahtisaari manteve negociações com os enviados dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU em fevereiro de 2012. Durante essas negociações, o embaixador russo, Vitaly Churkin, estabeleceu um plano de três pontos que incluía uma proposta para Assad ceder o poder. Mas, de acordo com Ahtisaari, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido estavam convencidos de que o ditador sírio estava prestes a ceder e acabaram por ignorar a proposta.
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“Foi uma oportunidade perdida em 2012”, revelou.
“Penso que é verdade que o sentimento geral era o de que Assad não iria aguentar. Mas não vejo porque é que isso levaria a recusar uma oferta russa para levá-lo a perder o poder rapidamente”, afirmou Jekins, agora diretor executivo da filial do Médio Oriente do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos .
“Nós deveríamos evitar que isto aconteça porque é estar a provocar um desastre para nós próprios, este aumento de refugiados nos nossos países europeus”, afirmou Ahtisaari. “Eu não vejo nenhuma outra opção senão tomar bem conta destas pessoas. Nós estamos a pagar as contas por aquilo que causamos a nós mesmos”.
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