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«Liberalizar economia e o mais depressa possível»

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UE: Tony Blair diz que aversão à mudança é início do declínio

Tony Blair, representante especial do Quarteto para o Médio Oriente, garantiu hoje em Lisboa que a aversão à mudança, por ser a maior dificuldade em política, marca sempre o declínio do poder, noticia a Lusa.

O ex-primeiro-ministro britânico (1997-2007) falava numa conferência sobre «Desenvolvimento Económico e Paz Mundial» realizada na Culturgest.

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Blair começou por recordar «a mais antiga aliança histórica do mundo» entre o Reino Unido e Portugal, saudando a actual presidência da União Europeia (UE), organização que no seu entender tem uma única opção: «Liberalizar a economia e o mais depressa possível, na linha da Agenda de Lisboa».

«As pessoas têm de se adaptar constantemente»

«No mundo globalizado, as pessoas têm de se adaptar constantemente à mudança que, sendo a maior dificuldade em política, se esbarrar com a aversão precipitará sempre o declínio do poder», afirmou.

No plano da UE, este é o motivo pelo qual «não há alternativa senão combinar esforços para, com uma maior colaboração entre os estados-membros, poder contar com um bloco regional mais forte».

Já no plano das relações transatlânticas UE/EUA, que segundo o dignitário britânico «têm sido difíceis de manter nos últimos anos, embora os grandes desafios sejam comuns, é do interesse mútuo enfrentar, em conjunto e com base nos valores partilhados, os novos desafios do século XXI».

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O imperativo da mudança do bloco europeu, «se quiser prosperar nas próximas duas décadas», é tanto mais justificado para o ex-primeiro-ministro britânico quanto o «paradigma económico» na actualidade é definido pela emergência de países como o Brasil, Rússia e, sobretudo a Índia e a China (BRIC), sem esquecer outros como o México e a África do Sul (membros do G8+5), o Cazaquistão, o Vietname ou a Indonésia.

Blair valorizou a contribuição da sociedade do conhecimento para o sector económico e preconizou para os próximos anos uma reforma à escala europeia do sistema universitário, em especial na vertente da investigação científica e tecnológica.

Relativamente aos sectores energético e ambiental, o orador indicou serem «tópicos permanentes das agendas internacionais» e elogiou o empenho europeu em reduzir a prazo (20 por cento) a emissão de gases com efeito de estufa, indo ao encontro dos parâmetros pós Protocolo de Quioto (1997).

Quanto às migrações, também «no topo das agendas internacionais», Blair indicou serem precisamente «o reflexo das sociedades em mudança» e não excluiu, ao perspectivar no tempo os alargamentos da UE - «sem linha de demarcação» -, a inclusão do leste europeu e da península balcânica, bem como do Magreb.

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Na frente da Política Europeia de Segurança e Defesa (PESD), pôs acento tónico na cooperação dos 27 e das suas indústrias de armamento, como ocorre nos Estados Unidos.

Terrorismo «vai aumentar»

Na luta contra o terrorismo, o representante especial do Quarteto para o Médio Oriente não escondeu que «o fenómeno está disseminado por todos os continentes e vai aumentar, com o objectivo de semear o caos em nome da oposição entre o Islão e o Ocidente».

«É preciso ir combater o terrorismo onde ele estiver», insistiu, precisando: «A acção militar não será suficiente para neutralizar esta ideologia» e, portanto, «para ir às suas causas, o Ocidente terá de dialogar de um modo mais aprofundado com os países de onde emana o fenómeno».

Uma palavra final foi deixada para o Médio Oriente, onde é simultaneamente preciso acautelar a segurança do Estado de Israel e criar condições para o surgimento do Estado da Palestina.

Quanto ao Irão, a que urge dar «uma resposta colectiva ao problema do enriquecimento de urânio», Blair alertou os europeus para estarem «juntos e preparados», mantendo a «pressão com firmeza» se quiserem fazer o regime dos ayatollahs regressar à comunidade internacional.

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