O pai e a madrasta da menina de cinco anos que morreu no sábado, após ter caído do sexto andar de um prédio em São Paulo, devem apresentar-se ainda esta quinta-feira à polícia, informou o advogado do casal.
A prisão preventiva de Alexandre Nardoni, 29 anos, e de Anna Carolina Jatobá, 24 anos, foi pedida após a polícia ter ouvido na quarta-feira a mãe da menina Isabella, Ana Carolina Cunha de Oliveira, 23 anos.
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Muito abatida, a mãe esquivou-se a falar com a imprensa após o depoimento de quatro horas à polícia, limitando-se a dizer que espera por justiça.
O pai e a madrasta de Isabella divulgaram hoje cartas nas quais se declaram inocentes. «Quando me dei conta que tinha perdido minha Isabella, senti naquele momento que o meu mundo acabou, não sei como caminhar. Todos estão me julgando sem ao menos me conhecer», diz um trecho da carta de Alexandre Nardoni.
O pai afirmou também que prometeu, em frente ao caixão da filha, «não sossegar enquanto não encontrar esse monstro» (o assassino). Alexandre Nardoni disse que ele e a mulher não se pronunciaram antes porque acreditavam «que o caso seria solucionado».
«Nós não somos os culpados e ainda encontrarão o culpado. Desta forma, não precisaríamos mostrar nossa imagem, porque o nosso sofrimento é muito grande. Só que nos acusam e queremos mostrar o que realmente estamos sentindo. A verdade sempre prevalecerá», assinalou.
Suspeitos reclamam inocência
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A madrasta de Isabella, por sua vez, destacou que toda a família tinha um bom relacionamento e que tem a «consciência tranquila». «Somos inocentes e a verdade sempre prevalecerá», reforçou.
A polícia não se pronuncia, já que as investigações estão a correr agora sob sigilo da justiça. Na segunda-feira, o delegado Calixto Calil Filho afirmou que o pai e a madrasta da menina eram «candidatos a suspeitos», o que gerou críticas pelo facto de as investigações ainda estarem em curso.
No seu primeiro depoimento à polícia, Alexandre Nardoni contou, ao reconstituir os acontecimentos desse sábado, que, ao chegar da rua com a família à garagem do prédio onde mora, Isabella e seus outros dois filhos do segundo casamento estavam a dormir no carro.
O pai teria levado Isabella primeiro ao apartamento e voltado ao carro para ajudar a mulher a trazer os outros filhos. Ao regressar ao apartamento, teria visto que a luz estava acesa e que Isabella não estava no quarto. Reparou também que havia um buraco na rede de protecção na janela do quarto.
De acordo com a polícia, manchas de sangue foram encontradas no corredor do apartamento, no quarto das crianças e na rede de protecção da janela, de onde Isabella teria caído.
A autópsia do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da morte da menina deve ficar pronta em 30 dias.
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