A comissão de petições parlamentar da Câmara dos Comuns, em Londres, está a investigar alegadas fraudes na petição que pede um segundo referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, noticia a BBC.
Um inquérito feito com base na possibilidade de alguns dos nomes serem fraudulentos, o que já levou a que 77 mil assinaturas fossem removidas pelas autoridades britânicas.
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A petição, para que se tente uma nova votação pelo “sim”, já tinha mais de 32 mil assinaturas mas o primeiro-ministro, David Cameron, já disse que não haverá segunda votação.
O Reino Unido votou a favor do Brexit na passada sexta-feira, com cerca 52% da população votante pelo “leave” e 48% a pedir a permanência.
Helen Jones, que está à frente da comissão de petições, disse numa declaração postada no twitter que estavam a levar muito a sério as acusações de alegada fraude.
"As pessoas que adicionaram assinaturas fraudulentas à petição deviam saber que estão a minar a causa que pretendem apoiar," disse Jones.
A comissão vai discutir a petição na reunião da próxima semana e decidir uma linha de debate sobre a mesma.
"Não quer dizer que vamos decidir se concordamos com a petição ou não. Apenas se devemos discuti-la”, acrescentou a responsável.
Um vasto número de pessoas no twitter chamou a atenção para a hipótese de outras poderem ter assinado a petição estando fora do Reino Unido, quando apenas cidadãos britânicos e residentes no Reino Unido poderiam assiná-la, incluindo britânicos a viverem no estrangeiro.
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De acordo com o jornal The Telegraph, 39.411 habitantes da Cidade do Vaticano teriam assinado a petição no domingo de manhã, apesar da cidade-Estado não contar com mais de 800 pessoas. Também na Coreia do Norte, um dos países do mundo com menos ligações à internet, 23.778 pessoas teriam dado o seu aval à petição.
Locais sem habitantes permanentes, como os territórios britânicos ultramarinos da Geórgia do Sul e das Ilhas Sandwich, situados a sul das ilhas Falkland (Malvinas), geraram mais de 3.000 assinaturas, cerca de 300 mais do que as provenientes do Território Antártico Britânico, onde vivem cerca de 400 cientistas. A que acrescem ainda assinaturas registadas em locais remotos do mundo.
A petição tinha mais assinaturas que qualquer outra no site do parlamento.
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