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Armas dos EUA foram parar ao inimigo Estado Islâmico

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Armamento enviado para os combatentes curdos, através de aviões cargueiros norte-americanos, foi parar às mãos erradas

Literalmente um presente para o inimigo. Os Estados Unidos enviaram armas para os combatentes curdos na Síria, mas elas foram parar aos extremistas do Estado Islâmico. Tudo culpa do vento, aparentemente, quando foi feito o lançamento para terra das caixas que estavam nos aviões. Do total de 28 pacotes com armamento, um foi parar às mãos dos rebeldes, que gravaram a «entrega» em vídeo. Entretanto, o próprio Pentágono já confirmou o incidente, culpando o vento e relativizando: não será uma caixa que vai fazer uma diferença significativa na balança que opõe o Estado Islâmico à coligação internacional que o quer aniquilar.

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«Uma caixa de equipamentos não é suficiente para dar ao inimigo qualquer tipo de vantagem. É uma quantidade relativamente pequena de suprimentos. Isso é uma coisa que [o Estado Islâmico] já tem», afirmou o porta-voz de defesa do Exército norte-americano, Steve Warren, citado pelo jornal britânico «The Guardian».
Chegou a pensar-se que eram seis caixas aquelas que se desviaram da rota, mas não. O Pentágono garante que foi apenas uma. Embora confirme esta situação, não há ainda certezas, por parte das autoridades norte-americanas, sobre a validade do vídeo. «Sinceramente não sei se essa [caixa] foi uma das que caiu», admitiu o porta-voz do Pentágono, John Kirby. Poderá tratar-se de uma encenação do episódio. No vídeo divulgado pelo EI, vê-se um jihadista no deserto com a caixa ainda envolta de um para-quedas. Foi aberta para mostrar a variedade de armas, algumas enferrujadas, algumas novas em folha. Há também granadas no pacote, que seria suposto serem usadas pelos curdos, o grupo étnico que enfrenta os extremistas na cidade de Kobani, na Síria. O inimigo fica num lado da cidade e, no outro, está a Turquia, que não permite que as armas e os suprimentos passem na fronteira, porque considera os próprios curdos também terroristas. Daí que o abastecimento esteja a ser feito por via aérea. O conflito dura já desde 8 de agosto, pelo que os combatentes estavam a precisar de mais munições, bem como medicamentos, por exemplo. Desde domingo que os EUA estão a resolver confusões deste género. Houve uma caixa que foi destruída num ataque dos EUA precisamente por haver perigo de cair nas mãos do inimigo. Mas a outra não escapou. Ou melhor, escapou ao controlo norte-americano. Ao que tudo indica, os rebeldes conseguiram, ainda, roubar sete tanques em três bases do exército iraquiano na província de Anbar, na semana passada.
Entretanto, a Turquia já reagiu à confusão, deixando duras críticas à estratégia levada a cabo nos lançamentos aéreos. Curto e direto, o presidente do país, Recep Tayrip Erdogan, diz que se tornou «claro» que os lançamentos estão «errados». «É impossível alcançar resultados» com uma operação nesses termos. Do lado norte-americano, a defesa possível apresentada pelo porta-voz do Pentágono: «Eu quero acrescentar, porém, que estamos muito confiantes de que a grande maioria das caixas acabam nas mãos certas». Até porque, das centenas existentes, apenas uma foi parar onde não devia. 
Os Estados Unidos estão a gastar uma média de 6 milhões de euros por dia, desde agosto, no combate ao Estado Islâmico. 

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