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«Charlie Hebdo»: cerco impede português de ir buscar filho à escola

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Operação da polícia na caça aos suspeitos do massacre no «Charlie Hebdo» está a assustar portugueses em Dammartin-en-Goële

Esta manhã, Luís Silva, trabalhador na construção civil, saiu de casa para levar o filho à escola, tendo regressado de seguida para casa. Depois, já não pôde sair. Com oito mil habitantes, Dammartin-en-Goële é «como uma aldeia em Portugal, uma zona calma, pacata, onde nunca houve problemas», descreveu ainda o português, totalmente surpreso com o aparato policial e sublinhando que «nem ninguém entra, nem ninguém sai de Dammartin».

Luís Silva mora em Dammartin-en-Goële, a 40 quilómetros de Paris, onde decorre a operação policial para deter os dois suspeitos do atentado de quarta-feira e descreve, à Lusa, por telefone, que nunca viu «uma coisa destas» e que «nem sabe como contar».

SIGA AQUI A OPERAÇÃO POLICIAL AO MINUTO

O filho de sete anos de Luís está na escola que «fica, mais ou menos, a 400, 500 metros, a duas ruas ou três» da gráfica onde estarão cercados os dois suspeitos de terem atacado na quarta-feira o jornal satírico «Charlie Hebdo», matando 12 pessoas.

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«Estou muito stressado porque tenho um filho de sete anos que está na escola. Sabe Deus, eu nem sei se posso ir à escola hoje à noite, não sei como isto vai acabar. Estamos todos nervosos para ver no que isto vai dar», exprimiu, acrescentando que a diretora da escola lhe ligou, dizendo que «não deixam ir buscar os meninos» e que «está lá a polícia».

«Quando era para sair de casa não me deixaram. Já estava lá a polícia, já tinham feito reféns. Eram para aí 10:30, 11:00. Quando era para sair de casa, já estava o aparato todo», recorda.

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«O aparato aqui, nunca vi uma coisa destas. É polícia por todo o lado, ouve-se por aqui às vezes gritos, pessoas a gritar da parte de lá, devem ser as pessoas que estão lá para dentro, não sei, não faço ideia, não consigo ver», diz, visivelmente ansioso.

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«Uma pessoa nem sabe como contar» a situação, justificou.

A partir de sua casa, onde diz estar «bloqueado», Luís Silva não consegue ver o que se passa no local da operação policial porque há casas a impedirem a visibilidade, acrescentando que tem um primo que estava a trabalhar junto ao local, mas que já conseguiu falar com ele por telefone.

Três homens vestidos de preto, encapuzados e armados atacaram na manhã de quarta-feira a sede do jornal Charlie Hebdo, no centro de Paris, provocando 12 mortos (10 vítimas mortais entre jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos, quatro dos quais em estado grave.

Um dos alegados autores, Hamyd Mourad, de 18 anos, já se entregou às autoridades e os outros dois suspeitos, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, estão cercados pela polícia.

Durante a operação, que começou às 09:00 locais, menos uma em Lisboa, a polícia está a pedir aos habitantes para ficarem em casa e fecharem as janelas.

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O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, confirmou hoje estar em curso uma operação em Dammartin-en-Goele, noroeste de Paris, para deter os dois suspeitos do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo.

O Presidente francês, François Hollande, interrompeu a sua terceira reunião de crise com os membros do Governo aquando do início da operação na zona industrial de Dammartin-en-Goele, informaram fontes do Eliseu.

O gabinete de crise, consagrado para a operação policial em curso contra os dois presumíveis autores do atentado contra o semanário Charlie Hebdo, terça-feira em Paris, tinha começado pelas 09:00 locais, menos uma em Lisboa.

Cerca das 8:40 locais, menos uma em Lisboa, de acordo com a mesma fonte, os dois homens levaram, através da força, um veículo, um Peugeot 206, a uma mulher na localidade Montagny-Sainte-Félicité, no departamento de Oise, que os identificou como os irmãos Kouachi.

Minutos mais tarde, já em Dammartin-en-Goele, deu-se um tiroteio com a polícia.  

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