A Amnistia Internacional (AI) criticou esta quarta-feira, no seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos, os procedimentos australianos no processamento do estatuto de refugiado, nomeadamente a detenção de crianças requerentes de asilo.
A diretora da AI na Austrália, Claire Mallinson, disse que o tratamento que é dado aos requerentes de asilo no país oceânico é inadequado, denunciando que os menores passam uma média de 400 dias em centros de detenção, ao comentar o relatório à estação de televisão local ABC.
«Estamos particularmente preocupados com a detenção de crianças como foi sublinhado no relatório 'Crianças esquecidas’ e que faz eco das investigações da Amnistia Internacional quando visitou os centros de detenção de Manus (Papua Nova Guiné) e Nauru no passado», afirmou Claire Mallinson.
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«Nenhum outro país no mundo está a tratar as crianças vulneráveis que fugiram do terror e da tortura desta forma. É uma vergonha internacional para a Austrália e a Amnistia pede urgentemente a libertação de todas as crianças, incluindo dos que estão em Nauru.»
O relatório «Crianças esquecidas», elaborado pela Comissão de Direitos Humanos dirigida por Gillian Triggs e publicado há duas semanas, pede a libertação das crianças requerentes de asilo.
O documento denuncia abusos, incluindo sexuais sofridos pelos menores.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, considerou o relatório tendencioso e afirmou ter perdido a confiança em Triggs.
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