Já fez LIKE no TVI Notícias?

Casos suspeitos de cólera no Iémen chegam aos 100 mil desde janeiro

Mais de 10 mil famílias já foram retiradas da província Hajjah (no nordeste do país) devido à devastação que a doença tem causado na zona

O número de casos suspeitos de cólera no Iémen atingiu os 100 mil desde janeiro, anunciou hoje uma agência humanitária das Nações Unidas que também refere um deslocamento do surto para o nordeste do país.

O número de casos suspeitos, anunciado hoje pela agência da ONU que faz a Coordenação dos Assuntos Humanitários, foi registado desde o início do ano e constitui um “crescimento substancial” em relação ao último balanço, tendo já morrido 190 pessoas.

PUB

De acordo com a mesma fonte, mais de 10 mil famílias já foram retiradas da província Hajjah (no nordeste do país) devido à devastação que a doença tem causado na zona.

O Iémen foi palco de dois surtos de cólera nos últimos anos, tendo sido contabilizados mais de um milhão de casos suspeitos e mais de 3.000 mortes em todo o país.

A cólera é uma infeção do intestino delgado que pode provocar diarreia, vómitos ou cãibras e provocar, em poucas horas, desidratações graves e levar à morte.

O tratamento imediato é simples, podendo ser feito apenas pela administração de soro fisiológico ou água com sal para repor a água e os sais minerais.

Estima-se que a cólera afete três a cinco milhões de pessoas em todo o mundo.

Em fevereiro, o secretário-geral da ONU avançou terem sido doados cerca de 2,2 milhões de euros ao Iémen para financiar a ajuda humanitária, o que representa um aumento de 30% em comparação a 2018, mas fica aquém do esperado.

"Vinte milhões de pessoas não conseguem alimentar-se de forma eficiente a si próprios ou às suas famílias", lembrou António Guterres na altura, frisando ainda: "Quase dez milhões estão a apenas a um passo da fome".

PUB

Segundo responsáveis da organização internacional, a missão da ONU está a ficar sem dinheiro, num país que enfrenta ainda um sistema de saúde devastado, falta de empregos, combates persistentes e as consequências da pior epidemia de cólera do mundo, em 2017.

O Iémen é palco de uma guerra desde 2014, entre os rebeldes conhecidos como Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que já causou pelo menos 16.000 mortos, mas várias organizações não-governamentais (ONG) receiam que o balanço de vítimas seja superior.

Desde março de 2015, o governo é apoiado por uma coligação militar internacional árabe, que inclui a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

A ONU tem denunciado que o Iémen vive uma das piores crises humanitárias no mundo, com vários milhões de iemenitas ameaçados pela fome.

PUB

Últimas