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O pai de uma das três adolescentes britânicas que terão viajado para a Turquia, com o intuito de atravessar a fronteira para a Síria para se juntarem ao Estado Islâmico, apelou à filha que regresse «a casa», e não entre no califado.
Hussen Abase, o pai da jovem de 15 anos Amira Abase, disse ao «The Guardian» que a sua família nunca suspeitou que a adolescente estivesse a ser «radicalizada» em conversas na internet, e que Amira nunca expressou qualquer interesse no radicalismo islâmico em casa, «talvez com amigos».
Abase contou que mesmo no dia em que Amira viajou para a Turquia nada no seu comportamento levantou suspeitas. Na terça-feira, a jovem disse que ia a um casamento, e antes de sair disse apenas: «papá estou com pressa».
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«Estamos desolados e muito stressados. A mensagem que temos para a Amira é que volte para casa. Temos saudades tuas. Não conseguimos parar de chorar. Pensa duas vezes. Não vás para a Síria».
«Ela [saiu de manhã e] disse: “papá estou com pressa”». Mais tarde enviou uma sms onde se lia: “pai o sítio é um pouco longe. Faço a minha reza do meio-dia e volto”.
Como a jovem não regressou, por volta da meia-noite os pais foram à polícia.
Advogado culpa agências contraterroristas
Terá sido a jovem Shamima Begum que contactou Aqsa Mahmood na rede social «Twitter». Begum escreveu uma mensagem pública dirigida a Mahmood, apenas dois dias antes de desaparecer, que dizia: «segue-me para eu te poder responder».
Para o advogado da família de Mahmood, é «incrível» que este contacto tenha passado despercebido às autoridades, uma vez que desde 2013 que a conta de Aqsa é vigiada pelas autoridades contraterroristas.
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«Uma jovem de 15 anos estabelece contacto com a Aqsa, que é reconhecida como terrorista, e ninguém faz nada. (…) [Como é que] três jovens conseguem chegar ao aeroporto. (…) [Como é que] não se repara que duas jovens de 15 anos e uma de 16 estão a viajar para a Turquia [sem adultos]?».
A família criticou as ações da jovem pedindo-lhe que pare, se alguma vez os amou.
«És uma vergonha para a tua família e para os cidadãos da Escócia, as tuas ações são perversas e uma distorção do Islão. Estás a matar a tua família todos os dias com as tuas ações, pedem-te que pares», lê-se numa mensagem divulgada pela família, segundo o «The Guardian».
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A irmã de Shamima Begum tem esperança que a irmã tenha apenas ido ao encontro da sua colega, para que todas regressem ao Reino Unido.
«Temos esperança que ela só tenha ido visitar a sua amiga, tentar trazê-la à realidade. [Mesmo sabendo que] é algo ingénuo de se fazer. (…) Temos esperança que ela não é o que dizem nos media, que não foi influenciada (…)», disse Renu Begum.
Este sábado, as famílias de Shamima Begum e Kadiza Sultana emitiram um apelo para que as adolescentes regressem rapidamente a Inglaterra.
«Temos muitas saudades tuas e estamos muito preocupados contigo. Por favor, se ouvires esta mensagem, entra em contacto connosco para sabermos se estás bem. Tu pertences em casa connosco. (…) Pede ajuda à polícia e eles ajudam-te a chegar a casa. Não te vai acontecer nada», diz o comunicado da família Begum.
«Não estamos chateados contigo, não fizeste nada de mal. Temos saudades tuas, especialmente a mãe, e as coisas não têm sido iguais sem ti».
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