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Rui Machete: troika pode dever «reparações» a Portugal

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Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que troika deve «reparações» caso se confirme que as medidas do programa de resgate prejudicaram o país

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, referiu esta sexta-feira que a troika poderá dever «reparações» a Portugal caso se confirme que as medidas do programa de resgate prejudicaram o país.

Rui Machete, que não quis alongar-se sobre que tipo de «reparações» Portugal pode reclamar, comentava as declarações do do presidente da Comissão Europeia, na quarta-feira, segundo as quais a troika «pecou contra a dignidade» de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros.

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«Eu interpreto isto [as declarações de Jean-Claude Juncker] por um desejo de facilitar as coisas e de reconhecer que houve aspetos negativos. Eu lembro, por exemplo, as censuras que a troika fez ao aumento do salário mínimo que Portugal precisou, mas evidentemente se isso é verdade devem-nos reparações. Vamos ver», declarou Machete aos jornalistas no final da segunda reunião informal de chefes da diplomacia do Grupo do Mediterrâneo (Med7), no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

Rui Machete considerou que, «dentro do contexto em que foi proferida, foi uma declaração não muito feliz - há que dizê-lo - mas reconhecendo que, se as coisas tivessem sido pensadas de outra maneira e com outra maturidade, poderiam ter evitado alguns aspetos mais negativos».

Também no seguimento das declarações do Presidente da Comissão Europeia, Pedro Passos Coelho afirmou, esta sexta-feira, que «nunca a dignidade de Portugal esteve em causa»  durante o programa de ajustamento, apesar de admitir um «balanço crítico» do «funcionamento institucional da troika».

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Machete propõe «controlo mais apertado das fronteiras» no Mediterrâneo

Rui Machete participou esta sexta-feira, em Paris, na reunião dos países da orla do Mediterrâneo, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Grécia e Chipre.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros propôs aos homólogos do Grupo do Mediterrâneo (Med7), uma maior cooperação para evitar «infiltrações terroristas» no movimento migratório para a Europa.

«Fui eu até que propus esse aspeto, devíamos encarar a possibilidade de ir constituindo - entre os países próximos e um pouco mais longínquos - esquemas de cooperação informais ou formais que possam assegurar que as fronteiras dos países vizinhos não são penetradas pelo Daesh ou por infiltrações terroristas e que possa haver uma maior eficácia no controlo das migrações, em particular para a Itália», declarou Rui Machete aos jornalistas, no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

O ministro português especificou falando num «controlo mais apertado das fronteiras com a Líbia» que considerou «extremamente porosas», relembrando que «nas migrações, particularmente para a Itália, há terroristas que se misturam nesses fenómenos migratórios».

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Rui Machete falou ainda numa «maior cooperação» dos países que «estão interessados em evitar essa penetração» e numa «política mais cooperante contra a radicalização dos jovens nos países vizinhos».

O chefe da diplomacia portuguesa vincou que estas medidas devem ser encaradas no caso de não se conseguir «um governo de união nacional englobando as diferentes forças políticas na Líbia», o qual encara como «uma condição muito importante para o êxito da luta contra o Daesh» [acrónimo árabe do Estado Islâmico].

Em conferência de imprensa conjunta, momentos antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, declarou que os países-membros do grupo do Mediterrâneo condicionam o apoio à Líbia à formação de um governo de união nacional.

«Se houver um governo de união nacional [líbio], vamos apoiá-lo, senão tomaremos outras medidas. Sublinhámos a que ponto esta questão líbia está ligada à questão de migrações ilegais, um tema que nos afeta a todos, a toda a Europa. Um tema em que queremos ter a nossa palavra. Entre os meus colegas europeus, houve uma grande convergência sobre a necessidade de agir e agir rápido», declarou o chefe da diplomacia francesa.  

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