O presidente da Comissão europeia afirmou hoje, em Udine, Itália, que a Europa se deveria dotar de uma política europeia comum de imigração, após a crise entre Roma e Bucareste devido à expulsão de várias dezenas de romenos de Itália, noticia a Lusa.
«É absurdo ter 27 políticas de imigração na Europa. Precisamos de uma política europeia de imigração» declarou Durão Barroso numa alocução à Assembleia das regiões da Europa (ARE) em Udine no nordeste da Itália.
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Roma adoptou com carácter de urgência um decreto-lei controverso facilitado a expulsão de estrangeiros por motivos de «segurança pública» após o assassínio de uma italiana atribuído a um jovem cigano de origem romena.
Bucareste pediu oficialmente à Comissão para examinar se o decreto-lei italiano mão viola a legislação europeia.
«Não há nada na legislação comunitária que impeça um país de adoptar medidas de expulsão de ordem pública» para se defender contra a criminalidade dos «imigrantes venham eles do espaço europeu ou doutro sítio qualquer», afirmou Barroso durante uma conferência de imprensa.
Barroso disse que a Comissão «examinaria compatibilidade» do decreto-lei mas que «não imagina que Prodi, um campeão da integração europeia, pudesse apresentar um texto contrário ao espírito comunitário» em matéria de direito à livre circulação na Europa.
Para o presidente da Comissão, «é falso que a entrada da Roménia na UE tenha provocado uma vaga de partidas em direcção à Europa».
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«Essas migrações tiveram lugar antes», declarou Barroso.
Para o português, a futura política comununitária em matéria de imigração «devera evitar duas questões: uma política de portas abertas para todos, demagógica e irresponsável» e «uma resposta contra isso que contribuiria para a xenofobia».
«Ainda não houve debates suficientes na Europa sobre essas questões» e «não há uma posição comum» reconheceu, desejando que a UE «seja muito firme em matéria de polícia, controlo e de segurança», mas ao mesmo tempo «generosa em matéria de integração».
Barroso admitiu que a UE ainda não está em condições de criar uma polícia federal europeia, sublinhando que neste domínio que toca nos direitos humanos e no dos Estados, é preciso «avançar passo a passo».
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