Investigadores japoneses afirmaram esta quinta-feira ter encontrado uma vacina que pode funcionar contra eventuais mutações do vírus da gripe das aves, escreve a Lusa.
A equipa testou a sua vacina num rato sobre o qual foram implantados genes humanos e a experiência confirmou que o tratamento funcionou mesmo no caso de mutação do vírus, anunciou Tetsuya Uchida, investigador no Instituto nacional das doenças infecciosas.
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Novo teste para a gripe das aves
Gripe da aves pode provocar «fim da Humanidade»
De acordo com estes cientistas, esta descoberta pode permitir evitar uma pandemia se o vírus H5N1 da gripe das aves sofrer uma mutação para se transmitir de homem para homem, uma hipótese que provoca o receio de milhões de mortos por parte Organização Mundial da Saúde (OMS).
As vacinas habituais contra a gripe apoiam-se na proteína que abrange o conjunto dos vírus, mas esta proteína é frequentemente sujeita a mutação, tornando a vacina ineficaz.
Por conseguinte, os investigadores japoneses basearam a sua vacina em proteínas internas ao vírus, que têm pouca tendência a sofrer mutações, explicou Uchida.
Anos para ser utilizável
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Os investigadores trabalharam com base em diferentes vírus de gripe, nomeadamente sobre o vírus altamente patogénico H5N1 da gripe das aves.
Uchida revelou que serão necessários anos para tornar esta vacina utilizável, devendo realizar-se testes intensivos em ratos e outros animais para verificar a sua segurança, antes de efectuar experiências em homens.
Esta investigação foi realizada em conjunto por especialistas do Instituto nacional, da Universidade de Hokkaido, da Universidade Médica de Saitama e pela empresa de química NOF, baseada em Tóquio.
Tentativas similares de desenvolvimento da vacina, atacando o interior do vírus em vez do seu conjunto, estão também em curso na Universidade Oxford (Reino Unido), acrescentou Uchida.
Cerca de 250 pessoas morreram devido à gripe das aves desde 2003, 115 das quais na Indonésia, de acordo com a OMS. A maior parte das vítimas contraiu o vírus em contacto com pássaros doentes, nomeadamente galinhas.
Não existe até agora qualquer prova de que o vírus H5N1 já tenha sofrido uma mutação para uma forma que possa provocar uma pandemia.
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