Um cardeal do Vaticano, encarregado do clero em todo o mundo, elogiou um bispo francês que se tinha recusado a denunciar um caso de abuso sexual de menores por um padre, segundo a revista francesa Golias, crítica à Igreja Católica, citada pela Reuters.
Numa carta de 8 de Setembro de 2001, o cardeal Dario Castrillon Hoyos apoiou a decisão do bispo Pierre Pican, que não denunciou um padre que posteriormente foi condenado a 18 anos de prisão por violação de um rapaz e abusos sexuais de outros dez.
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«Eu congratulo-o por não ter denunciado um padre à sociedade civil. Agiu bem e eu estou contente de ter um colega que preferiu a prisão a denunciar o seu filho e padre», diz a carta.
Pican acabou por ser condenado a uma pena suspensa de três meses de prisão por esconder o caso que envolvia o reverendo Rene Bissey.
Esta é mais uma prova a juntar às dezenas de documentos oficiais que, nas últimas semanas, têm demonstrado a ocultação do Vaticano de casos de pedofilia.
No entanto, o porta-voz do Vaticano já esclareceu que, quando o então cardeal Joseph Ratzinger (agora Bento XVI) liderava a Congregação para a Doutrina da Fé, em Maio de 2001, pediu aos bispos de todo o mundo que denunciassem os casos a esta congregação, o que não significava escondê-los, apenas não os obrigava a denunciar à polícia.
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