O republicano Paul Ryan é apontado como vencedor do primeiro e único debate entre candidatos a vice-presidentes nos Estados Unidos em sondagens das televisões CNN e NBC, enquanto o democrata Joe Biden surge à frente numa da CBS.
A cerca de três semanas das eleições de 6 de novembro e uma semana depois do primeiro de três debates presidenciais, em que Romney foi quase unanimemente considerado vencedor, Biden e Ryan mostraram na noite de quinta-feira um estilo combativo, e no final as opiniões dividiam-se sobre quem esteve melhor.
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Numa sondagem feita pela cadeia de televisão NBC, 56 por cento considerou Paul Ryan o vencedor, e 36 por cento Joe Biden.
Durante o debate, Ryan admitiu que o candidato presidencial republicano, Mitt Romney, foi infeliz ao dizer que 47 por cento dos norte-americanos são dependentes do Estado, respondendo que o mesmo já aconteceu ao seu adversário no debate vice-presidencial.
«Acho que o vice-presidente sabe muito bem que às vezes as palavras não saem da boca fora da maneira certa», disse Ryan a propósito de Joe Biden, conhecido por medir pouco as palavras e ser fonte de gafes. O público no debate de Danville, Estado do Kentucky, não podia manifestar-se durante o debate, mas não evitou a maior gargalhada coletiva da noite.
Os dois candidatos a «vice» trocaram ainda acusações sobre intenções de aumentar impostos à classe média. «Isto é uma inconsciência. A classe média ficou de joelhos. A grande recessão esmagou-a. Eles precisam de ajuda agora», disse Biden.
Pela primeira vez desde o início da campanha, o site RealClearPolitics, que faz a média das pesquisas, mostra uma liderança de Romney sobre Obama a nível nacional, 47,1% contra 46,4%.
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«Quero destacar que Joe Biden esteve excelente esta noite (...). Não poderia estar mais orgulhoso. Penso realmente que a sua vontade de trabalhar pela classe média se impôs. Estou muito orgulhoso dele», afirmou com evidente satisfação o presidente Obama.
Política externa e economia
O debate foi voltado para questões internacionais, como o combate ao terrorismo e a tentativa do Irão obter a bomba atômica.
A primeira pergunta foi sobre o ataque contra o consulado americano em Benghazi, na Líbia, no aniversário do 11 de setembro, que resultou na morte de quatro funcionários americanos, entre eles o embaixador americano Chris Stevens. Terá havido falha na segurança? Joe Biden afirmou que quaisquer «erros» cometidos pela atual administração em Benghazi não se repetirão. Ryan, por sua vez, criticou a demora do presidente americano em tratar o ataque como um atentado terrorista, o que demonstraria que a política externa do governo democrata estaria a «desmoronar-se».
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O Irão também esteve em debate. Para o candidato republicano, a segurança dos Estados Unidos debilitou-se nos últimos quatro anos: «Quando Barack Obama foi eleito, (os iranianos) tinham material nuclear para fabricar uma bomba. Atualmente, têm quantidade para cinco».
«Incrível!», reagiu Biden, ofendido. Para ele, a República Islâmica ainda está «bem longe» de conseguir a bomba atómica.
Paul Ryan também disparou contra a administração democrata na área económica, culpando o atual governo pelo desemprego e o fraco desempenho económico: «Quando Barack Obama foi eleito, o seu partido controlava tudo, tinha o poder para fazer tudo e olhem onde estamos». O candidato a vice-presidente reafirmou que Mitt Romney reduzirá o imposto de renda sobre todos os salários, e que compensará a queda na arrecadação acabando com os «nichos fiscais e as isenções para contribuintes acomodados».
Isto é «matematicamente impossível», rebateu Biden, que propõe com Obama um aumento de impostos para os mais ricos: «Não podemos permitir (reduzir impostos) para pessoas que ganham mais de um milhão de dólares. Eles não precisam, é a classe média que precisa».
Na próxima semana, já na terça-feira, Barack Obama e Mitt Romney volta a encontrar-se para novo debate.
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