A Turquia advertiu hoje que mantém em cima da mesa todas as opções, incluindo a militar, para usar contra os rebeldes curdos refugiados no norte do Iraque, após uma semana de contactos diplomáticos intensos.
O exército turco continua a atacar os separatistas curdos no interior do país através de uma grande operação, em que participaram vários milhares de soldados na zona leste, a 600 quilómetros da fronteira com o Iraque, e da qual resultaram 15 mortos entre os rebeldes, segundo a cadeia de televisão CNN turca.
PUB
O balanço da operação, na província de Tunceli, não foi ainda confirmado oficialmente. Este ataque foi realizado uma semana depois do ataque do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) perto da fronteira iraquiana, que fez 12 mortos nas fileiras do exército turco.
Em visita a Teerão, o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Ali Babacan, avisou que o seu país mantém todas as opções em cima da mesa para vencer a resistência do PKK.
«Dispomos de diferentes instrumentos. Podemos usar a via diplomática ou recorrer à força militar», declarou o ministro, citado pela AFP. A eventualidade de uma operação militar contra as bases dos rebeldes curdos no norte do Iraque ganhou força depois do fracasso das negociações, na sexta-feira, com os iraquianos.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, lamentou a falta de apoio dos países europeus à luta do seu governo contra os rebeldes separatistas curdos, acusando-os de não extraditarem os militantes reclamados por Ancara.
O PKK desencadeou em 1984 uma luta armada separatista na Turquia, que já causou mais de 37.000 mortes. Segundo Ancara, os rebeldes são apoiados pelos curdos iraquianos, que lhes fornecem armas e explosivos.
PUB