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Bolsonaro diz que foi criticado no aeroporto de Lisboa pelos fogos na Amazónia

Presidente do Brasil fez uma curta escala em Lisboa após viajar pelo Golfo Pérsico, por um "idiota" que "falava francês"

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse na sexta-feira que foi abordado no aeroporto de Lisboa, onde fez uma curta escala após viajar pelo Golfo Pérsico, por um "idiota" que "falava francês", que o criticou pelos incêndios na Amazónia.

"Fui muito bem tratado em todos os lugares que fui, tive apenas um pequeno bate-boca, não valou falar tudo aqui porque sou um 'cara' [pessoa] educado. Fizemos escala em Lisboa (...) e fomos no 'free shop'. Não comprei nada, porque para mim está caro, mas de repente chega um 'cara' - e eu não tenho nada contra-, baixinho, barrigudo, cabeludo e barbudo, parecia um anãozinho", começou por relatar Bolsonaro na sua tradicional transmissão em vídeo na rede social Facebook.

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"Ele começou a falar em francês e pedi para traduzirem: 'o cara está falando para você parar de atear fogo na Amazónia'. A resposta que eu dei para ele, não posso dar para vocês, mas pedi para traduzirem para aquele picareta [sem-vergonha] que eu quero é saber das florestas da França, da energia da França. (...) Quero saber sobre a reflorestação na França. Porque é que esse idiota veio falar isso com a gente? porque fica lendo notícias mentirosas que vêm do Brasil", disse o chefe de Estado.

Bolsonaro fez escala em Lisboa ao regressar de uma viagem por países do Golfo Pérsico, onde causou polémica ao afirmar a investidores árabes que a Amazónia não arde porque é uma "floresta tropical" e convidou-os a visitá-la, considerando injustos os ataques que o Brasil sofre.

Nas redes sociais nesta sexta-feira, Bolsonaro insistiu que as notícias sobre a desflorestação da Amazónia são falsas.

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"Vi essa matéria aqui: 'Em 2010, a Amazónia será uma imensidão de areia'. Bem, em 2010, não aconteceu nada disso. Em 2021, não aconteceu nada disso também. Mas olha a notícia de agora: 'Amazónia está perto de ponto irreversível e pode virar deserto'. A mesma xaropada de sempre. É matéria, na maioria das vezes, patrocinada por brasileiros que estão trabalhando contra o seu país", disse.

"Tem desflorestação ilegal [na Amazónia]? Tem. É só outros países não comprarem madeira nossa, é simples. Tem queimada ilegal? Tem, mas não é nessa proporção toda que dizem aí", alegou o Presidente.

Contudo, a Amazónia brasileira perdeu 13.235 quilómetros quadrados de cobertura vegetal entre agosto de 2020 e julho de 2021, 22% a mais em relação ao período anterior e um recorde dos últimos 15 anos, segundo dados oficiais divulgados na quinta-feira.

Essa superfície devastada, segundo imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão governamental, é maior do que a de países inteiros como Qatar, Jamaica ou Líbano.

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Apesar de o aumento da desflorestação ter sido divulgado na quinta-feira, o Governo de Bolsonaro está a ser acusado de ter conhecimento desses dados desde meados de outubro, mas só autorizou a sua divulgação após a conclusão da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que decorreu em Glasgow, na Escócia, de forma a preservar a sua imagem internacional.

Desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência do Brasil, em janeiro de 2019, a desflorestação e as queimadas aumentaram drasticamente na maior floresta tropical do planeta.

Além de Bolsonaro, também o seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, responsabilizou a imprensa pelas críticas que o Brasil tem recebido pela condução dq sua política ambiental, insinuando que os dados oficiais sobre a desflorestação, divulgados por órgãos governamentais, não condizem com a realidade.

"Na verdade, a grande imprensa do exterior acaba replicando a grande imprensa brasileira. Infelizmente, os europeus não vão à Amazónia para conhecer a realidade, e acabam tendo essa falsa realidade dada pela imprensa daqui", advogou o deputado.

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