O grupo extremista Estado Islâmico impôs na Síria e no Iraque um rigoroso bloqueio ao consumo de álcool, tabaco e outros atos considerados «pecados». De acordo com a interpretação que o grupo jihadista faz da lei islâmica, aquelas substâncias são consideradas um «suicídio lento».
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O autodenominado Estado Islâmico gaba-se de castigar duramente traficantes e consumidores de droga, bem como consumidores de tabaco, álcool e pornografia, por exemplo. Quem ousa desafiar a lei está condenado a receber até 40 açoites e, se for reincidente, pode ser preso ou até decapitado.
Os materiais, quando apreendidos, são queimados em público e as imagens divulgadas nas redes sociais, como prova da adesão dos jihadistas à lei islâmica. De acordo com vários relatos, o Estado Islâmico queimou milhões de maços de cigarros em cidades como Raqqa, um dos maiores redutos do grupo.
O jornal britânico «The Independent» refere que um líder da força policial foi recentemente encontrado em Deir-al-Zor decapitado e com um cigarro na boca. No corpo, tinha a seguinte inscrição: «Ó Sheikh, isto é uma coisa odiosa e do mal».
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Abu Mohammed Hussam, um dos fundadores do grupo ativista Raqqa is Being Slaughtered Silently – RBSS (Raqqa Está a Ser Massacrada Silenciosamente, em português) descreve a severidade das punições aplicadas a quem é apanhado a fumar.
«A primeira vez será preso e açoitado (40 chicotadas)», afirmou ao «The Independent». «Se fumar novamente, será chicoteado e preso. Na terceira ocasião, será levado para um acampamento numa zona rural e multado numa grande soma de dinheiro», acrescentou.
O grupo jihadista divulgou também uma série de declarações do chamado «Preaching Office» («Escritório da Pregação») a descrever os problemas de saúde que resultam do ato de fumar, como «um suicídio lento».
Os proprietários de cafés afirmam que o negócio dá prejuízo porque os habitantes de Raqqa só fumam em casa, entre quatro paredes, por medo de represálias.
«Não há clientes. Muitos dos nossos clientes são fumadores e não tomam café se não puderem fumar um cigarro com ele. Indiretamente, eles estão a obrigar-nos a fechar o café», diz o gerente de um estabelecimento.
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«Estou a aproveitar enquanto posso», explicou. «Assim que atravessar, não posso fumar ao ar livre», acrescentou.
«Sempre que se aproximam de um posto de controlo do Estado Islâmico, os nossos motoristas mudam a música para o canto islâmico e deitam fora pela janela quaisquer cigarros que tenham», revelou.
Já em 2014, um vídeo tornou-se famoso na Internet ao mostrar combatentes islâmicos, em Raqqa, a queimar a carga de um camião cheio de cigarros que foi apreendido. Os militantes do Estado Islâmico derramam combustível sobre as caixas para depois as incendiarem.
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